nervocalm gotas

28 de outubro de 2008

I want out. I really do.

Tudo tão emperrado e sempre a mesma coisa...

27 de outubro de 2008

Tanta, tanta gente chuta antes mesmo do martelinho bater... Eu não sei por que isso tem me incomodado tanto, mas tem.

Estou cansada outra vez. Coisa boa de novo, só em dezembro. Vou até lá cantando Beck: sooooooooo open the doooooor...

Aquela sensação infantil de dias especiais, de coisas especiais, eu não consigo mais ter. Eu me lembro dos dezembros. O mês todinho tinha uma sensação especial, que eu nunca mais experimentei. Passei quase duas semanas me preparando pra ter um dia especial no meu aniversário, mas não foi. Na mesa ao lado, no meu jantar especial, tinha um moço fazendo aniversário, ganhando presentes. O tempo todo fiquei ligada no aniversário dele, no dia especial dele, e só no fim me dei conta, juro, de que era o meu também. A sensação não estava lá. Nunca mais que ela aparece.

Cheguei em casa ainda cedo e Bopla desmaiou de sono. Fui procurar um filme pra ver no tubes, sem idéias. Apareceu o primeiro Freddy Krueger, um filme que tinha meu afeto, então fui lá. Que bosta. Como é ruim. Como é péssimo. Não desce mais, não tem mais graça.

Daí é que nem montanha-russa, né? Duas semanas subindo, subindo, subindo... caiu.

Vocês já viram o Tom Waits de diabinho, andando de bicicleta, um pé com bota, outro com salto alto, no clipe de I don't wanna grow up? Está meio tarde pra não querer crescer, né?, mas é uma das minhas músicas mais queridas de todos os tempos, desculpa o clichê. "I don't wanna" foi provavelmente a frase que eu mais falei ao longo da vida, taí o grande problema.

And then *boom*.

26 de outubro de 2008

Eu gosto de comemorar aniversário, mas como não gosto de comemorar mais nada, ninguém sabe disso, nem teria como saber.

Estou com Angie, dos Rolling Stones, fortemente na cabeça. Não, não tem nada a ver.

Jamais imaginei que eu chegaria a esta idade.

O mesário fofo viu que ontem foi meu aniversário e me desejou um parabéns fofo.

24 de outubro de 2008

Bopla criou um monstro. Disse que ia me dar um abajur de chão, uma luminária, sei lá como chamar isso, de presente. Mas a pessoa que até ontem não sabia que podia ter um agora não quer qualquer um, assim, simplesmente. Ele pensou que a gente sairia da Consolação com abajur comprado hoje. Pf.

É uma pena que os americanos não declarem war on terrorizers. Enquanto isso, a Plain, que só anda falando em terrorismo, terrorista, terrorista doméstico, não sabe se poria nessa categoria gente que explode clínicas [legais] de aborto. É tudo muito fascinante.

...

update



22 de outubro de 2008

Eu adoro chipa. Das puras, sem goiabada. Mania de querer doçar tudo! Como já não se faz pão de queijo decente, com queijo forte, curadão, chipa é a solução. Comprei duas, mas queria outra. Chiiipaaaaaa.

21 de outubro de 2008

Caught up in the dailies and an ever changing mood.

Nhé.

Vontade de passar o dia todo ouvindo músicas tristes, mas quem enrola trabalho em começo de mês não pode enrolar em final. Ainda que o trabalho renda, hoje é mais um dia de desistência na minha vida. Placar de trintepoucos: desistência 4928 x tranqüilidade 103 x entusiasmo 12.

Estou Bartleby. I'd really rather not.

19 de outubro de 2008

when the dog bites, when the bee stings

Neste mesmo dia, ano passado, passei o dia todo passeando
às margens do rio Avon...












provei o primeiro e único iogurte de ruibarbo da minha vida...















e ainda não tinha uma sobrinha apontadora de dez meses.




Será que existe terapia pra me ajudar a não enlouquecer com barulho? Minha vontade é mesmo é perder parte da audição. Essa semana, um barulho novo e constante de máquina ligada me obrigou a dormir com tampão de ouvido. Ontem à noite, saímos pra investigar a origem do problema e é um troço de ventilação ou refrigeração que faz parte do mercadinho ou da lavanderia do outro lado da rua. Amanhã terei certeza. Claro que já entrei em pânico achando que os donos não vão nem ligar, que o barulho chegou pra ficar, que vem mais conflito pela frente. Pânico de palpitação ontem seguido de peso no peito hoje. Não agüento mais isso. Não me agüento mais também. Não dá.

Sábado é meu aniversário e eu estava cheia de planos legais. Agora só penso no barulho. No barulho, no barulho, no barulho.

15 de outubro de 2008

Foi muito legal visitar o blog da mu ontem e dar de cara com isto, porque é minha história também, uma que nunca contei.

Vim pra São Paulo morar com Bopla na virada do ano 2000. É bom falar que fui eu que me apaixonei, eu que falei "estou apaixonada", eu que pedi "deixa eu ir", até que ele finalmente disse "vem". Eu vim, com uma mala de roupa, duas caixas de livros e cds e só. Daí pra frente, nos consideramos casados.

Passaram três anos (ou foram dois?) e eis que precisei de um plano de saúde. Lá fomos nós pro escritório do Bradescow, que era o plano dele, tratar de chaturas. Dinheiros! Muitos dinheiros! Pânico em minha pessoa! Fazendo as contas com a moça atendente, vimos que sairia mais barato se fôssemos casados e eu entrasse como dependente. Nos olhamos, oquêi, descemos pro cartório que ficava no térreo do prédio ao lado e solicitamos um certificado de união estável.

E assim foi, minha gente. Eu de jeans, camiseta Adidas e um tênis querido comprado há muito na C&A (r.i.p.), Bopla igualmente certamente como sempremente mulambento, nos casamos no papel por um plano de saúde. Pra deixar a coisa um pouco mais surreal, a escrivã tinha um quadro de Jesus technicolor ao lado da mesa - o Jesus mais psicodélico e gay que eu já vi. Ela era dessas mulheres grandonas, despachadas, piadistas, e fez todos uns meneios de cerimônia oficial na leitura do documento por pura gandaíce. No final, tirou da gaveta dois torrones e nos deu de presente de casamento. Pegamos nosso certificado e saímos achando tudo muito gozado, andando no meio da tarde pela alameda Santos até em casa.

São nove anos juntos, seis de papel (que não sei ondetá, aliás) e a sorte de uma vida.

EU AMO CHEN KENICHI!

VOU COMPRAR UM PEIXINHO DOURADO
E BATIZAR DE CHEN KEFISHY!


Achei tão legal e amoroso!



Meu computador resolveu ficar barulhento. Não posso com isso de computador durar tão pouco. Quero ter o mesmo computador por 15, 20 anos, não 15, 20 meses.

Eu tenho tanta inveja de quem mora nos estrangeiros...

Eu demoro anos pra me tocar de que posso coisas.

Outra noite, um amigo de Bopla visitou nossa sala tão escritória, tão branca e preta, tão janela sem cortina, tão luz de teto, tão harsh, e falou "cês não gostam de abajur?" (eu AMO abajur) "porque meia luz dá uma sensação gostosa, né? quando morei no Crusp, arrumei um sofá, um abajur, e pronto, era meu canto" ou coisa assim.

Minha cabeça: ah.

Tem, o quê?, um mês que estou espantada com essa revelação.

Sempre amei abajur. Nunca me toquei que podia ter um.

14 de outubro de 2008

Pesquisa: vocês usam a palavra algo freqüentemente, naturalmente, na linguagem falada?

E já passaram os dias de contar pelo menos duas histórias boas da minha viagem pra Inglaterra.

Sofro de solidão intelectual.

13 de outubro de 2008

Mas sobre aquela outra polêmica, a da revista Tripa, que eu ando lendo por aí afora. O texto é constrangedor, ruim demais, tem aquele "sinto ódio do Brasil" ridículo e a fantasia toda é bem banal, de mau gosto. Mas gritar estupro, gente?

Quem grita estupro naquele caso descrito, ficcional ou não, está insinuando que uma mulher adulta ("20 ou 30 anos") fica sem defesa diante de um moleque de 14 cuja única arma é a torração de saco ("pedimos, insistimos"). É isso mesmo? Vocês que têm 20 ou 30 anos conseguem se imaginar dizendo outra coisa que vá te catar, moleque, no mínimo, a um garoto de 14 que vem com dá pra mim, vai! ah, dá pra mim! dá, vai! por favor!? Mesmo com o imaginado agravante do medo de perder emprego ("ódio do Brasil!"), jura que ela não podia dizer não? Se o filho de 14 anos do/a sua chefe pedisse pra você dar pra ele, você não veria escolha? Você, a mulher adulta, seria uma vítima totalmente desamparada, e o garoto recém-entrado na puberdade, em fase de experimentação sexual, seria um criminoso plenamente consciente de estar cometendo um crime?

Eu prefiro não ser vista como mental e fisicamente incapaz diante dos homens e da vida, muito obrigada.

Essa semana li na Salon o caso de uma menina adolescente nos EUA que tirou fotos de si mesma pelada e enviou pra colegas de escola. Ela foi presa e indiciada por distribuir fotos de uma menor nua, sendo que a menor era ela mesma. Se condenada, pode ir prum reformatório e passar 20 anos no registro de sexual offenders (aquele que é divulgado pra todos os seus vizinhos toda vez que você se muda). Foi solto outro dia ano passado, depois de dois anos de prisão, um rapaz condenado aos 17 anos por receber uma chupada de uma menina de 15 numa festa. E são casos e mais casos assim, chegando até o cúmulo do absurdo, como um menino de 4 anos ser suspenso do maternal porque a professorinha interpretou seu abraço como "contato sexual impróprio". Ele pressionou o rosto nos peitos dela.

Gente.

Não vamos importar essa doideira americana, por favor. Mau gosto literário, pode ser. Crime, processo, boicote, acho que não.

é a lama, é a lama

Pego o jornal de hoje e leio que a candidata tenta plantar pulgas no eleitorado a respeito da vida pessoal do candidato. Lançou propaganda perguntando "você sabe se ele é casado? você sabe se tem filhos?". Ora, ora, ora, ora. Eu pensei que a candidata era sexóloga, liberada, liberal, madrinha da parada gay, paladina da diversidade. Quem diria que apelaria para o velho e bom modelo tradicional de família, hein? Quem diria que se voltaria assim contra fatia tão grande de seu eleitorado, insinuando que esse monte de gente que a apóia ou apoiou é torto, é suspeito, desconfie!, não é apto a governar. Mais alguma área em que se deve evitá-los, dona candidata, além do governo? Que feio, que muito feio. Pois é.

Olha aí, organização da parada, eu desconvidaria desde já pra próxima. Não durmam no ponto. Já tu, candidata, podia ter encerrado a carreira sem essa. Qualquer fiapo de respeito que eu ainda tinha foi-se. Foice. Divirta-se bem chafurdando.

8 de outubro de 2008

espírito de porco

Eu com a sobrinhinha risonha no colo. Vem a moça.

- Aaaaai! Que graciiiiinha! É menino ou menina?
- Menina.
- Meniiiiina? Mas cadê o brinco? Tem que ter brinco! Fala pra mamãe botar brinco, neném!


espírito da escada

- Ah, já marcamos hora. Vamos botar uma argolinha no nariz dela.

.......


E aí? Qual teria sido a reação, auditório?

7 de outubro de 2008

Um estimulante, um calmante. Tsc.

Há anos e anos eu digo: só o teletransporte salva.

21 accents

Ô inveja de fazer isso.

6 de outubro de 2008



você é meu presente. :*

4 de outubro de 2008

Não consigo ir ao supermercado e não comprar um pacote de macarrão. Sempre paro pelo menos cinco minutos diante da prateleira pra namorar os formatos e escolher. E por mais pobre que eu fique, nunca jamais comprarei macarrão brasileiro chulé.

Agora licença que vou abraçar meu paglia e fieno De Cecco tão lindo.

Ontem eu resolvi ligar a televisão. Peguei o começo de um jornal, me interessei por uma chamada e fiquei esperando a matéria. E esperando e esperando, e vendo um monte de matérias chatas no meio, e perdendo a paciência com a duração dos intervalos comerciais, e esperando e esperando um pouco mais. Quando finalmente passou a matéria, ela não durou mais que trinta segundos, não deu detalhe nenhum e ainda me impingiu um comentário cretino do âncora no final. Se eu tivesse vindo ligar o computador no momento em que ouvi a chamada interessante, teria lido não sei quantos relatos diferentes, visto todos os vídeos disponíveis e descoberto detalhes sobre os envolvidos nesse tempo que passei esperando por nada. E é por isso que nunca mais vou pagar por televisão.

2 de outubro de 2008

Chega, frio. Vai embora. Quero usar minha camisetinha de elefantes.

1 de outubro de 2008

Então, pra me distrair da tristeza pesada que se instalou depois de tanta ansiedade, vou falar que um dos momentos mais cheios de promessa da minha vida aconteceu nesse mesmo dia, um ano atrás, quando pousei em Heathrow de tardezinha. Tudo já me parecia tão novo, tão lindo e inglês. Eu e Bopla andando pela enormidade que é Heathrow atrás de sei lá o quê antes de pegar o metrô. O metrô que é dentro do aeroporto, ali, assim. As instruções específicas de pegar o metrô até a estação xis e depois o trem até a estação zê, Bopla se esqueceu de anotar e por isso descemos na Hackney errada, umas dez da noite já. Da estação de trem pra rua deserta, mochilas nas costas, tijolinhos tijolinhos tijolinhos, lanchonete de kebab pra pedir directions. Tijolinhos e kebabs, o que mais tem em Londres. Não, não, não, injustiça. Um táxi que não era táxi finalmente nos levou pra casa da minha cunhada. Ela brasileira, eu brasileira, um marido chileno, outro uruguaio, um inquilino espanhol, um italiano ausente. Tudo que é nacionalidade pelas ruas, no mínimo cinco línguas diferentes em qualquer ônibus que se pegue. No dia seguinte, pegaríamos o primeiro de muitos pra passear. Eu sempre pensava: "Viajar pra cidade grande? Pra que que eu vou viajar pra cidade grande? Eu já moro em São Paulo, catso." Londres não é São Paulo. As coisas, Bel, podem ser diferentes.

Fui googlar Audrey Hepburn sem aspas e apareceu uma foto da Paris Hilton vestida de Holly Golightly. Aaaaaaaargh! Que é isso? Como assim? What the fuck? Paris Hilton é que nem My heart will go on: ninguém quer ver, ninguém quer ouvir, mas sempre aparecem na nossa frente. Os engulhos também são iguais.

Neste mesmo dia, um ano atrás, eu estava comendo pastéis de Belém em Lisboa e me preparando pra pegar um avião pra Londres.

Vocês talvez vejam muitos posts começados com 'neste mesmo dia, um ano atrás' este mês. Eu gostaria de escrever as histórias dos britânicos sensacionais que cruzaram nosso caminho. Se não escrever, é que a lerdeza imperou mais uma vez.