nervocalm gotas

15 de outubro de 2008

Foi muito legal visitar o blog da mu ontem e dar de cara com isto, porque é minha história também, uma que nunca contei.

Vim pra São Paulo morar com Bopla na virada do ano 2000. É bom falar que fui eu que me apaixonei, eu que falei "estou apaixonada", eu que pedi "deixa eu ir", até que ele finalmente disse "vem". Eu vim, com uma mala de roupa, duas caixas de livros e cds e só. Daí pra frente, nos consideramos casados.

Passaram três anos (ou foram dois?) e eis que precisei de um plano de saúde. Lá fomos nós pro escritório do Bradescow, que era o plano dele, tratar de chaturas. Dinheiros! Muitos dinheiros! Pânico em minha pessoa! Fazendo as contas com a moça atendente, vimos que sairia mais barato se fôssemos casados e eu entrasse como dependente. Nos olhamos, oquêi, descemos pro cartório que ficava no térreo do prédio ao lado e solicitamos um certificado de união estável.

E assim foi, minha gente. Eu de jeans, camiseta Adidas e um tênis querido comprado há muito na C&A (r.i.p.), Bopla igualmente certamente como sempremente mulambento, nos casamos no papel por um plano de saúde. Pra deixar a coisa um pouco mais surreal, a escrivã tinha um quadro de Jesus technicolor ao lado da mesa - o Jesus mais psicodélico e gay que eu já vi. Ela era dessas mulheres grandonas, despachadas, piadistas, e fez todos uns meneios de cerimônia oficial na leitura do documento por pura gandaíce. No final, tirou da gaveta dois torrones e nos deu de presente de casamento. Pegamos nosso certificado e saímos achando tudo muito gozado, andando no meio da tarde pela alameda Santos até em casa.

São nove anos juntos, seis de papel (que não sei ondetá, aliás) e a sorte de uma vida.

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