nervocalm gotas

31 de janeiro de 2008

Meu, eu juro pra vocês. Estava chuvoso em São Paulo há dias e dias e agora, de repente, abriu o sol. Mas entre uma coisa e outra, durante uns dez minutos, o céu e o ar tiveram um momento de indecisão e atordoamento - que que eu faço? é verão? é inverno? tem vida aimbaixo? alô? acho que não? - e ficaram num marrom-cinza de poeira-esfumaçada tipo neblina opaca de concreto se confundindo com os prédios que vou te contar. Foi a coisa mais feia. F e i a. Feiúra na minha janela. Só São Paulo pra ter uma luz mutante dessa.

- Odeio quem reclama de São Paulo mas veio fazer a vida aqui!
- Bite me.


no future
no future
no future for you


Sex Pistols. Tá na minha cabeça.

Às vezes, me acomete um certo pânico... Tá, várias vezes me acometem vários pânicos sobre quase todas as áreas da minha existência, mas agora vou falar de um só, que se eu começo a pensar em todos, vou pra cama chorar e não escrevo mais. Tá. Então. Às vezes, me acomete UM certo pânico que é *que que eu tô fazendo da minha vida profissional? (vou parar debaixo da ponte!)*. Ele ensaiou aparecer agora há pouco, quando topei com um blog de uma pessoa que leva seu trabalho a sério (e calha de ser um trabalho parecido com o meu). A pessoa se define pela profissão, escreve sobre a profissão, dialoga com outras pessoas que também etc, e está sempre lendo sobre e se atualizando em e discutindo a profissão. Sabe como? Profissão: condições atuais, rumos futuros.

...

Já se vê pelos pontinhos que, eu, nada disso. Nem remotamente. Inclusive fujo.

Some-se a isso o fato de eu ser uma profissional-fantasma. Só vi meu empregador uma vez. Não conheço nenhum coleguinha. Meu nome não aparece. Já recebi elogios, mas por intermédio dos empregadores. "Fulano perguntou quem faz Xis e comentou que está muito excelente, parabéns." Vai que um empregador um dia resolva "Quem faz Xis sou eu. Achou muito excelente? Obrigado!". Ou que um Zé Mané comece a distribuir currículos e fazer contatos se apresentando "Oi, sou Zé Mané. Já viram Xis? Muito excelente, não? Sou eu que faço. Me contratem."

...

É a situação: eu não me coloco, ninguém me conhece, se tudo mudar amanhã, fudeu.

Pânico, desespero, afobação.

Minha única resolução de fim de ano, pensada numa dessas crises, foi distribuir currículos, mesmo sem estar precisando de mais trabalho agora. Só pra me apresentar como a pessoa que faz Xis e tentar me garantir no caso do meu empregador vir a ter um piripaque e não sobrar mais ninguém nesta Terra que saiba chegar na autora das coisas muito excelentes. Foi minha única resolução de fim de ano. Já acabou janeiro. Pergunta.

Mas por que eu não fiz isso? Tão simples fazer isso... Por quê? Porque pensar em distribuir currículos desencadeia dois outros tipos de pânico: 1) ai, pessoas novas, padrões diferentes, possíveis críticas, tratar de dinheiro (prefiro morrer!); 2) ai, ficar conhecida, ser requisitada, construir carreira (quero morar no mato!).

E daí que fico sem saber contra que pânico agir.

Masssss...

(é aqui que entra o discurso mental calmante, como que pra evitar qualquer tipo de ação)

Masssss...

tem que ser assim? Será que a profissão tem que ser definidora? Pra começo de história, eu nunca falo sou tradutora; falo faço tradução. Não é minha profissão, é meu trabalho. Que eu só faço porque preciso de dinheiro. Já tive outros trabalhos e nunca fui nenhum, só estive. Será que todo mundo tem que crescer pra ser profissional profissional? Ou pode seguir estando qualquer coisa pelo resto da vida, sem ter que ler, mergulhar, dialogar, se associar, discutir, contribuir para sobre a com em? Será que posso só continuar fazendo trabalhos muito excelentes assim na moita, e recolhendo meus dinheirinhos mês após mês, sem grandes dedicações nem ambições?

Eu sei que é temerário, mas posso?

Não sei se estou no caminho da paz ou no caminho da ponte.

30 de janeiro de 2008

Mais um Eddie Izzard especialmente pra minha irmã
e pra todas vocês gatófilas (que falem inglês): Pavlov's cat

(clicando no more ali do ladinho, debaixo de about this video,
tem uma transcrição)

Propaganda irresponsável de rádio deve estar na moda.

Coma tudo que quiser, depois tome e-po-cler

Ah, tá.

Jogue tudo fora, menos água

Ahn?

Tsc. Devassidão, glutonia, desperdício, o final dos tempos.

Não, não, nada não. Só ouvindo Cebeêne enquanto eu fazia almoço. Pára de postar, garota. Tem trabalho pra fazer, tem e-mail pra responder. Irresponsável.

25 de janeiro de 2008

Ouquêêêi! Cancelar a tv a cabo, mas passar a tarde no iutube. Is that cheating?

É, eu sei que é, mas na tv não tinha nada tão legal, aposto, quanto os esquetes que eu vi do Eddie Izzard. Toma um.

23 de janeiro de 2008

Hum, tirei este post. Um dos lincados proibiu o acesso a todas as fotos e estou triste pensando que posso ter culpa nisso, mesmo que seja improvável. Não linco mais Flickr. :(

20 de janeiro de 2008

procon
ou quem avisa...


Alegre Atendente:
Olá Cara Cliente. Em que posso ajudar?

Eu:
Por favor, o que quer dizer "produto liberado"? É o que está na página de acompanhamento do meu pedido.

(passam três minutos)

Eu:
?

Alegre Atendente:
Desculpe Boa tarde ! Bom dia Cara Cliente , me informa o numero do seu pedido por favor .

Eu:
Eu já tive que informar pra entrar, mas vamos lá: 0066600
Só quero saber o que é "produto liberado". Liberado por quem, pra que, pra onde?

Alegre Atendente:
Por favor, aguarde um instante, pois irei verificar.
...
Obrigada por ter aguardado Cara Cliente , conforme verificação sistema. seu pedido foi aprovado e liberado do estoque , em breve será encaminhado à transportadora.

Eu:
É engraçado isso, porque eu fiz o pedido no dia 3, e no dia 4 ele foi "encaminhado para a transportadora". E "encaminhado para a transportadora" ele permaneceu por 15 dias. Sexta-feira eu liguei no Submarino pra cancelar o pedido e agora ele foi "liberado". Tá difícil a coisa.
É comum acontecer isso, é? É minha primeira [tentativa de] compra aqui no Submarino. Nada funcionou até agora, nada.

Alegre Atendente:
Cara Cliente , houve extravio , do seu pedido por isso ocorreu o atraso .

Eu:
É, mas como é possível eles "liberarem" um produto que eu já pedi pra cancelar?

Alegre Atendente:
Cara Cliente , para cancelar o pedido peço que o recuse no ato da entrega .

Eu:
É um presente. Não sou eu que vou receber. Eu já expliquei isso por telefone e deixei MUITO claro que não me interessava mais a solução de substituir o produto, de recomeçar o processo. Deixei MUITO claro que eu queria cancelar o pedido. O Submarino passou por cima da minha decisão de cliente?

Alegre Atendente:
Como seu pedido tinha sido entregue para a transportadora não foi possivel cancelar o pedido e , para realizar o cancelamento deverá recusar o mesmo no ato da entrega, onde após a devolução em nosso estoque efetuaremos o processo de reembolso.

Eu:
O pedido que foi entregue pra transportadora sumiu. Ou seja, não existe mais. O Submarino está mandando outro produto igual pra transportadora, depois de eu ter dito expressamente para NÃO fazer isso. E parece que você não leu: não sou eu que vou receber o produto. É um presente. Pra outra cidade.

Alegre Atendente:
Eu li sim Cara Cliente , porém estou passando o procedimento da empresa e para cancelar o procedimento agora é este .

Eu:
Enfim, estou escrevendo tudo isso pra que fique registrado. O Submarino entregou meu pedido a uma transportadora terceirizada que sumiu com ele. O Submarino não tinha nem notícia do que foi feito com meu produto. Mas ia recolher meu pagamento mesmo assim. Durante 15 dias a página de atualização ficou com "entregue para a transportadora", e assim ficaria pra sempre se eu não tivesse corrido atrás e ligado três vezes pro atendimento. Mas o atendimento passou por cima da minha justíssima decisão de cancelar a transação toda depois do fiasco que foi a minha tentativa de compra.

Alegre Atendente:
Cara Cliente ,você possui alguma protocolo de solicitação de cancelamento deste pedido ? Pois em meu sistema não consta nenhuma solicitação de cancelamento .

Eu:
Eu tenho um protocolo de solicitação de "vamos ver o que aconteceu com seu produto" feito na quinta-feira. 24h depois disso, eu liguei novamente, me disseram que realmente o produto tinha sido extraviado, mas não quiseram me dar protocolo de cancelamento porque tinham primeiro que abrir um protocolo de "vamos ver se foi extravio mesmo que aconteceu". Até lá, a compra já será debitada do meu cartão. Bem questionável, esse procedimento.

Alegre Atendente:
Me informa o protocolo por favor .

Eu:
Protocolo: bu34lls6hit

Alegre Atendente:
O protocolo informado , se refere de atraso na entrega , quando não havíamos identificado o extravio . Sendo assim o mesmo sera cancelado somente em recusa pois neste momento não será mais possivel .

Eu:
Ou seja, além de tudo, o atendimento não diz a verdade. Porque na sexta-feira, a primeira atendente disse que já estava abrindo o protocolo de cancelamento (o cancelamento é possível, pois) e já ia me dar o número quando a ligação caiu. Eu liguei de novo e atendeu um moço. Ele disse que não tinha nem sinal de que alguém estava abrindo um protocolo de cancelamente e falou, como você, que o cancelamento não é possível. Mas... ele disse que ia "verificar se realmente houve extravio" e, se confirmado, eu poderia cancelar uma nova remessa.

Alegre Atendente:
Peço desculpas pelo atendimento anterior Cara Cliente . entendo que nosso pedido de desculpas não diminuirá o desgaste causado mas peço que por gentileza aceite a retratação que faremos e reconsidere sua opinião sobre nossa empresa.
...
Cara Cliente , seu o produto do seu pedido já foi reposto a nota fiscal foi emitida na data de ontem , sendo assim não tenho como cancelar .

Eu:
Eu entendi. É como eu disse: o Submarino passou por cima da minha decisão de não repor o produto extraviado. Por isso, fica difícil reconsiderar minha opinião sobre a empresa.
...
Eu agradeço sua paciência. Só queria mesmo deixar tudo isso registrado.

Alegre Atendente:
Cara Cliente agradeço seu contato o qual nos dá a oportunidade de melhoria.


19 de janeiro de 2008

figuras vizinhas ao longo dos anos

os irmãos elefantes . o apartamento vizinho vivia vazio, mas vez em quando a família ia passar dias lá. os irmãos adolescentes brigavam e brigavam e, quando então, pisavam forte feito elefantes, fazendo o chão tremer. acho que raiva fortalece.

a bruxa grila . síndica do prédio vizinho que um dia decidiu instalar um alarme pripripripripri de grilo infernal na garagem. não ouviu a razão nem o abaixo-assinado. teve que ser derrotada no tribunal. perdeu sem descer do pedestal, como boa síndica de prédio um-apartamento-por-andar que era. barulho, pra ela, era status.

o homem do porra . pooorra!, ele gritava repetidamente, em diferentes combinações de altura e ritmo. porra! porra! poooorra!, saído do fundo do peito. era um louco de rua, na certa. mas a rua era mesmo da porra.

a república esquizofrênica . uma ouve breganejo, outra ouve bate-estaca. às vezes tem uma terceira e talvez uma quarta, não sei quantas moram de fato. pela parede fina, sem fazer esforço, fiquei sabendo que uma é taís, outra é carol. e que alguém odeia a carol.

o assoviador compulsivo . passa o dia fazendo fiu-fiiiuuu, do tipo que se faz pras gostosas na rua. mas a menos que a minha seja a rua mundial das gostosas, acho que o fiu-fiu é só prática, e é muita a esperança do cara.

17 de janeiro de 2008

Na última semana, vi dois musicais infantis antigos - Mary Poppins (cotação: nhé) e Chitty Chitty Bang Bang (cotação: ã) - e agora acho que meu bordão shoot me, shoot me now daria um excelente número musical anos sessenta hollywoodiano extrapolado com orquestra acrobacia corpo de baile masculino batendo palma efusivamente pontuado por bum!bum!bum!s p'as criança.

Bom, vamos fazer as contas. Eu levei... seis anos, vai, seis anos pra entender que não dá pra ser assim. Que eu tenho que sair de casa mais de uma vez por semana, de preferência um pouquinho todo dia; que eu preciso de sol; que eu preciso andar e me mexer de alguma forma; que eu preciso variar o cenário e presenciar uns enredos. Na teoria, eu entendi. Agora quanto tempo vou levar pra pôr tudo isso em prática? Tchovê. Vinte e quatro vezes trinta vezes doze vezes seis...

.....

Meu, acabei de fazer minha primeira (de vinte) ronda diária pelo Flickr e uma pessoa postou uma letra do Barry Manilow e, meu, acho que vou procurar pela interneta pra cantar junto, hein?, porque tem tudo a ver. you remind me / i live in a shell / safe from the past / and doing okay / but not very well / no jolts, no surprises / no crisis arises / my life goes along as it should / it's all very nice / but not very good - e aí capricha no - aaand / iiiii'm / ready to take a chance again / ready to put my love on the line with you / been living with nothing to show for it / you get what you get when you go for it / and i'm...

Baladas bregas são as melhores amigas, minha gente.

Mas Barry Manilow... Foi a que chegamos.

15 de janeiro de 2008

uma historinha bem ilustrativa

Quando eu tinha uns 15 anos, tive um professor de inglês bacana que, atendendo aos insistentes pedidos da turma adolescente, levou um dia uma música pra aula. Mas não foi nada que se ouvisse no rádio na época. Não foi nada que a gente pudesse conhecer. Foi In the Colosseum, do Tom Waits.

this one's for the balcony, and this one's for the floor
as the senators decapitate the presidential whore


Vistrelinhas. Gamei. Tive vontade de ir nele e perguntar "quem é esse? qual é o nome do disco? onde é que eu acho? fala mais." Mas não fui, tive vergonha. Outras duas meninas não tiveram. Ele prometeu gravar fitas pra elas. Fiquei só com a referência e com a lembrança. Esse era um professor de peito. Esse era um professor cool.

Quando eu tinha 24, fui ser professora de inglês. Um dia, resolvi atender aos irritantes pedidos da minha turma adolescente. Invoquei o espírito do meu professor, nem pensei em procurar um pop da vez, juntei meus discos mais obscuros, separei uma música pra aula. Foi One of us cannot be wrong, do Leonard Cohen.

and just when i was sure that his teachings were pure
he drowned himself in the pool
his body is gone, but back here on the lawn
his spirit continues to drool


Voz, violão, assobio e 1967 na sala. Seis pares de olhos incrédulos em mim. Minhas bochechas pelando cada vez mais perto do inferno a cada verso. Intermináveis quatro minutos de vergonha, agonia e arrependimento. Apertei o stop, tirei a fita, falei "pronto, taí sua música" e não se tocou mais no assunto.

Faltou peito. Nunca fui cool.

The end.

14 de janeiro de 2008

Por que, por que, por que, por que, depois de viajada, depois de descansada, depois de mudada, eu continuo trabalhando em ritmo de manivela enferrujada? I nee'da money!

Shoot me now.

12 de janeiro de 2008

Há muitos tempos, quando conheci Bolops na internerd, ele freqüentava o pemberley.com, onde gostava de polemizar no fórum Emma e brincar no Lady Catherine & Co. Este último era (ainda existe, mas meio mudado) uma coluna de conselhos na qual todos se passavam por personagens literários - uns relatando problemas, outros dando pitacos. Bopla entrava como Mr. Punch e dava conselhos rimados. Os poemas do Mr. Punch eram o ponto alto do fórum, e aposto que ele fez muitos perguntadores muito felizes ao se depararem com seu a rhyme for you entre as respostas. Já eu gostava de pensar que ele escrevia os poemas pra impressionar só a mim. ... Nhé, deixa eu me iludir.

Agora que o tempo passou e tudo mudou, não há espaço pro Mr. Punch no fórum. Então, P resolveu postar os conselhos rimados em seu blog lado B, o tripaforra. Já tem cinco, virão outros. São todos em inglês. I had to share. They are that good.

11 de janeiro de 2008

9 de janeiro de 2008

Quererei muito ver. Tem irmãos e tem velho(s).

(meus começos de ano são sempre cinentusiasmados)

8 de janeiro de 2008

Tenho que ter o novo Michael Pollan! Amei por demais o Omnivore's, de emoção mesmo, de ter esperança na humanidade, ou pelo menos no futuro do meu fogão. Vaquinhas pastando com galinhas atrás, legumes e verduras com gosto de verdade, os ciclos perfeitos da natureza, the hills are alive, this is the dawning of the age of aquarius, etc e tal, lágrimas.

Claro que isso mais na parte central do livro, que tem o fazendeiro anti-establishment, que eu achei o máximo. Dele fui reler a história do Unabomber, e dela vou ler o Walden finalmente. Pescaram o padrão? Toda uma preparação pro meu futuro eremitismo. Vai ser necessário.

7 de janeiro de 2008

do por que a Inglaterra
foi o destino ideal pra nós
ou todas essas saudades


Porque toda hora a gente topava com coisas amadas.


achado por acaso ao dobrar uma esquina em Bath
minha cara de tonta cortada, of course
meu poema preferido ever
:)


6 de janeiro de 2008

Crianças nascidas em lugares de bosque ou floresta x
crianças nascidas em lugares tropicais ou desérticos.
Não dá pra competir. Questão de imaginário.

5 de janeiro de 2008

Ó lá. Tem gente que só falta baixar no hospital quando vê um erro ortográfico. Acha que o apocalipse vem aí porque o povo troca gê por jota. Comunidades inteiras daquele lugar azul que há muito não freqüento são dedicadas a expor tais atrocidades para os óóós e aaahs dos colegas. Tem até comunidade onde mais de quinze mil críticos de tradução se dedicam a coletar erros complexos do ofício, como "falaram 'four' e escreveram 'cinco'! huahuahua!" ou "apareceu um 'esteje' no filme dublado. o horreur!".

Mas...

Hoje tá lá na Solha um cartaz de empreendimento imobiliário espanhol no nordeste:

"Os sonhos são para torná-los realidade."

...

Eu aposto dinheiro que a maioria das pessoas, inclusive as indignadinhas acima, inclusive os milhares de críticos de tradução do ekut, passaria batido por esse cartaz. Tá tudo tão direitinho, né? Para em vez de pra; torná-los... ó que beleza de ênclise! Não notariam nenhuma estranheza lingüística, nenhum raciocínio torto, nada. Capaz até de anotarem a frase na agenda.

É por isso que, gente, não contem comigo. E daí que as pessoas não sabem escrever? O problema mesmo é não saber pensar.

3 de janeiro de 2008

primeiros filmes de 2008

Viagem a Darjeeling - Gostei pra caramba, amei os irmãos. Muito satisfatória experiência cinematográfica, apesar da sala 5 do Unibanco. Aquilo não é sala de cinema que se apresente.

A Vida dos Outros - Gostei praca também. Fiquei tão menvolvida que nem lembrei, durante a projeção, que a conversão do oficial tinha sido muito instantânea e sem explicação. Isso está me atrapalhando a gostar muito do filme agora. Mas gostei durante. O escritor é hot, putzgrila. Pedi perdão a Bopla por meus pensamentos impuros.

Pride & Prejudice de 1940 - Ou Jane Austen das Plantations. Sofrimento atroz. Aflições agudas. Agonias de poço do inferno. E eu pensando que ia me divertir. Mais um ponto negativo para Butch Jones, Transformista (aka Laurence Olivier). Quero fazer um 'eternal sunshine' e apagar esse filme da minha cabeça. Écati, blerg.

2007 foi um ano muito estranho e nervosinho e novidadeiro, mas acima de tudo foi o ano em que eu descobri que é possível pegar o dinheiro que você ganha trabalhando, comprar uma passagem e ir pra bem longe. Foi o ano em que fiz isso e decidi fazer de novo.

2007 foi também o ano mais bem terminado ever, com uma pessoa nova entrando na minha vida pra ficar. Uma pessoa ainda bem pequena, em quem eu vejo muitas coisas muito doidas, como o rosto da minha irmã. Uma pessoa que me deixou até, admito, animada com anos novos. Estou ansiosa pelas conversas nonsênsicas que teremos no futuro.

Por tudo isso, 2008 começou bem. Matando saudade de Bolops, saindo em São Paulo vazia de vestido novo, vendo duas sessões de cinema seguidas com dois filmes muito legais.

Hoje não vou reclamar.



(a caminho do cinema no primeiro de janeiro)