nervocalm gotas

27 de setembro de 2007

adeus, adeus

Vou-me hoje. Volto dia 30 de outubro.
Fiquem todos bem.

25 de setembro de 2007

speaking through song. again.

The walls of this hotel are paper-thin.

Bang, bang, Maxwell's silver hammer
came down upon her head.

Typical me, typical me, typical me.
I started something and now I'm not too sure.

Oops, i did it again.

Ops, o que essa veio fazer aqui?

24 de setembro de 2007

Minhas novas vizinhas de parede estão ouvindo breganejo alto neste exato momento. O mundo acabou pra mim, tchau. Vou viajar e, na volta, sei lá, me suicido, vou pro mato, construo um bunker, forro o apartamento inteiro com caixa de ovo, ainda não sei. Esperança já não há na humanidade. Sábado saímos pra caminhar e a cada vinte passos era um novo bar-boteco-caminhonete gritando sua versão particular de sertanejo-forró-bate-estaca pra meia dúzia de calegas incomodarem todo um quarteirão. Esgotei-me. Já deu. Não tem calmante que chegue.

20 de setembro de 2007

Burra, burra, burra. Shoot me NOW!

Respira...

18 de setembro de 2007

Google word fight

Minha primeira luta: apathy x despair

apathy: oito milhões e bolinha de hits
despair: dezenove milhões e cacetada

Shoot, eu torcia pra apathy.

Lá se vão mais horas e horas disso.

pam
pam pam pam
pam pam pam
pam pam paaaaaaaaaaaaaaaam
pam


17 de setembro de 2007

Passei meu último fim de semana neste fundo de poço deprimente dos infernos, entrada da zona, lixão a céu aberto, twilight zone da civilidade, onde os modernos vêm se divertir. A despedida foi caprichada: forrozão no último volume começando às nove da noite, gritaria de bêbado antes da onze, os buzinaços de sempre madrugada adentro, o pessoal do funk alardeando seu mau gosto, a mesma procissão de idiotas que em dois anos e meio quase me puseram louca. Mas não dá pra comemorar, o trauma foi grande. Eu gostaria de fazer um ritual de queima de tapa-ouvidos, mas vou ser cautelosa, eles mudam comigo. Se saio daqui pensando que a rua nova vai ser tranqüila, à prova de imbecis, sem vizinho barulhento nem alarme de garagem inútil, ao primeiro vestígio longínquo de pipipipipi ou música alta - e é claro que o trauma afiou minha audição - eu desabo. Por isso, nada de vivas. Só uma torcida bem quietinha e medrosa por um pouquinho de paz.

E, olha, se não recomendo procurar apartamento e planejar viagem internacional ao mesmo tempo, ainda mais enfaticamente digo: não sejam burros como eu e inventem de mudar de casa uma semana antes de se mandar para um mês no exterior. Primeiro, pelo cacife. A gastança é tanta que o banco estranhou e resolveu bloquear meu cartão de débito. É. Lindo. Mais um pepino pra resolver. Segundo, pelo cansaço. Já brinquei com Bolops que a gente vai chegar em Portugal e dormir dois dos três dias que tem pra passar lá.

Não sei mesmo pra que fui inventar tanta coisa quando meu grande [second best] desejo na vida é dormir 16 horas por dia. Tá, claro, deve ter sido exatamente por isso. Só sei que este ano está agitado e novidadeiro demais para uma menina que sempre foi um caracol pré-catatônico. Fica aqui o regis(ras)tro.

13 de setembro de 2007

Pra distrair a cabeça de entulho, mudança, viagem, gastança, resolvi fazer um post sobre comida, que, afinal de contas, é nosso único consolo nesta vida besta. É um singelo post sobre minhas mais recentes descobertas ou amores culinários.

cevadinha . Eu já comia misturada naquele arroz do Mussum, mas fui ao supermercado com a minha irmã outro dia (que que tem? adoramos esse programa!) e ela me recomendou a cevadinha. Nham-nham. O caldinho é conforto puro, por isso é melhor usar em sopas ou ensopados. Mas dá pra fazer as vezes de arroz também. Dá de dez no arroz integral.

iogurte da ovelha . Já estou sofrendo por antecipação porque vou mudar e ficar longe do supermercado que vende o iogurte da ovelha. Meus sabores preferidos são ovelha com framboesa e ovelha com mirtilo, mas os outros também são bons. Vale o preço de quatro reais o potinho. Pago e não sofro. O de framboesa, quando tem, eu tiro da prateleira, suspiro, abraço e dou beijinho. Looooove is a many splendored thing!

semente de girassol . Eu vivia procurando a semente natural e só achava salgada, salgada, salgada... (pausa para xingar tudo que está errado no mundo) ...até que meu papá me mandou dois saquinhos felizes lá de Brasília. Ontem dourei um punhado na frigideira pra salpicar no couscous. Just. Perfect. E cacetadas vezes mais barato que pinoli. Pinoli nem é comprável. Aliás, vou arriscar um pesto de semente de girassol essa semana*.

pão chinês do ton hoi . Conheci o Ton Hoi levada pela minha irmã e seu seu. É um bom restaurante pra ir com muita gente, pedir um monte de comida diferente e ficar bicando. Ainda não me recuperei da última vez que fomos lá e provei os pãezinhos chineses no vapor - um com recheio de carne e cebolinha, outro de verduras. Desde então, me pego sonhando com eles e salivando quase todos os dias. Por que tão longe, pãozinho, por que tão longe?

kebab salonu . Descobrimos essa kebaberia outro dia na Augusta, justo agora que estamos saindo desse buraco do inferno. Entrei, vi o moço preparando a salada dos kebabs no balcão e já fiquei impressionada com a qualidade das folhas. É, eu me impressiono com essa classe de coisas. Veio tudo lindo e bem temperado e gratificante e quero-voltar-lá-agora. Tenho que ir provar os pratos do almoço antes da mudança de qualquer maneira. Se bem que estou indo morar no paraíso das esfihas - a cada dez passos que eu der, vou trombar com um estabelecimento árabe. Explodirei de tanto comer pão sírio e esfihas de zátar e de escarola.

(aproveito aqui para reiterar meu amor pela escarola. ode, ode, ode. mas se falo do meu amor pela escarola, me sinto traindo meu amor pelo espinafre. então, aproveito aqui para reiterar meu amor pelo espinafre.)

E só porque estou no tema, esse é meu livro de receitas mais amado e mais who i am as a cook: Four Seasons Pasta. Macarrão, leguminhos e verdurinhas. Combinação melhor, não há.

*feito, aprovado, mais farei futuramente.

11 de setembro de 2007

domingo no parque

- Tontolina, você troca sua mudança pela rua Angústia?
- Nããããão!
- Troca sua mudança por uma casa vazia?
- Siiiiim!
- Troca sua casa vazia por mais dois meses de bate-perna?
- Nããããão!
- Troca sua casa vazia por uma viagem de 30 dias?
- Siiiiim!
- Troca sua viagem de 30 dias por um mês de trabalho intenso?
- Nããããão!
- Troca sua viagem de 30 dias por um mês de sono contínuo?
- Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim!


10 de setembro de 2007

Uma, duas, três, cinqüenta e oito vezes na última hora e meia. Não chorava tanto assim desde que ouvi a Dionne Warwick cantando Walk On By setenta vezes seguidas numa tarde longínqua.

Tonta. Odeio quando me dá ataque de melancolia burguesa. Vamos assinar o contrato do apartamento novo amanhã. É no lugar que eu queria, mais ou menos. Num prédio que eu gostei, do lado ruim. Muito menor do que a gente procurava, mas teve que ser. Parece que tudo que eu tenho é defeituoso, é torto, é not quite. E entre um e outro arroubo de coragem, nem-te-ligo e paciência, descem as lágrimas de eu quero confoooorto!. Bosta, merda e porcaria. Mais uma vez morar entulhada. Mais planos frustrados de casinha e flores na janela. Mais um arranjo provisório pra durar anos. E eu incapaz de enxergar o que tem de bom, porque quero ter, quero ter, quero ter coisas bonitas. Sigh. Stupid little girl, fickle little girl.

9 de setembro de 2007

Então, tava passando Hair na televisão. Eu confesso que gosto de várias músicas do Hair. As letras, ignoro, as músicas, acho boas. Aí, vim pro computador e pedi pra ouvir Jim Croce. Não tem relação entre as duas coisas, só tô falando. E o coiso passou logo a música do telefonista, ô, coiso legal. Eu adoro essa música. Não é brincadeira. O moço pede pro telefonista (eu acho que é homem, dá licença?) ligar pra ex-namorada dele, que se mandou pra Los Angeles com o ex-melhor amigo e coisa e tal, aquela história. Triste triste triste. Operator, oh could you help me place this call tanananam nanam cause i can't read the number that you just gave me parararam pararam pam pam pampampam there's something in my eyes, you know it happens every time tanananam nanam i think about the love that i thought would save me nananam plamplamplamplamplam. Né? Eu fico só imaginando o moço, na certa ele mora em Oklahoma, comprou cinco fichas de orelhão, está ali em pé, no meio da rua, chorando. No final ele desiste, there's no one there i really wanted to talk to, agradece a gentileza do telefonista, todo singelo. É sério que eu adoro. Quase choro. Saca o bigode. Vou ouvir de novo e cantar junto. Não duvidem.

...

Overwhelmed. É uma palavra difícil de traduzir.

4 de setembro de 2007

Elesbão não tem fiador.

update: ah, tem sim! obrigada, meu fiador!

Saí uma iraniana na foto do meu passaporte. Que por sinal, o novo, é bem feinho e bem pobrinho comparado ao verde-escuro e classudo de antes. Mau sinal? Brasileira-iraniana com passaporte pobre do mercosur? (estou em fase de inventar desculpas pra não ir mais)

Enfim, ao vivo, nunca sei de que nacionalidade eu pareço. Criança, eu era ou índia (pessoas pra me irritar: 'índia seus cabeeelos nos ombros caííííííídos...' eu: 'aaaaaaargh!') ou japonesa ('caramba, você viu Shogun? você é igualzinha!'). Mais tarde, já fui italiana, france'sinha' e 'aquelas meninas de Londres, sabe?'. Já em São Paulo, Bopla jura que chineses, japoneses e coreanos me olham na rua com cara de que eu pertenço. Quando me vejo refletida na janela do metrô, acho que tem muito espaço em branco no meu rosto. Mas na maioria das minhas [pouquíssimas] fotos recentes, acho que tenho cara é de vaso. Cara de vaso de barro mesopotâmio. Cara de figura maia.

3 de setembro de 2007

requentado

Eu gosto de ser uma menina-fantasma.
Eu gosto de ser uma menina-fantasma?
Agora, que remédio, menina-fantasma?