nervocalm gotas

17 de setembro de 2007

Passei meu último fim de semana neste fundo de poço deprimente dos infernos, entrada da zona, lixão a céu aberto, twilight zone da civilidade, onde os modernos vêm se divertir. A despedida foi caprichada: forrozão no último volume começando às nove da noite, gritaria de bêbado antes da onze, os buzinaços de sempre madrugada adentro, o pessoal do funk alardeando seu mau gosto, a mesma procissão de idiotas que em dois anos e meio quase me puseram louca. Mas não dá pra comemorar, o trauma foi grande. Eu gostaria de fazer um ritual de queima de tapa-ouvidos, mas vou ser cautelosa, eles mudam comigo. Se saio daqui pensando que a rua nova vai ser tranqüila, à prova de imbecis, sem vizinho barulhento nem alarme de garagem inútil, ao primeiro vestígio longínquo de pipipipipi ou música alta - e é claro que o trauma afiou minha audição - eu desabo. Por isso, nada de vivas. Só uma torcida bem quietinha e medrosa por um pouquinho de paz.

E, olha, se não recomendo procurar apartamento e planejar viagem internacional ao mesmo tempo, ainda mais enfaticamente digo: não sejam burros como eu e inventem de mudar de casa uma semana antes de se mandar para um mês no exterior. Primeiro, pelo cacife. A gastança é tanta que o banco estranhou e resolveu bloquear meu cartão de débito. É. Lindo. Mais um pepino pra resolver. Segundo, pelo cansaço. Já brinquei com Bolops que a gente vai chegar em Portugal e dormir dois dos três dias que tem pra passar lá.

Não sei mesmo pra que fui inventar tanta coisa quando meu grande [second best] desejo na vida é dormir 16 horas por dia. Tá, claro, deve ter sido exatamente por isso. Só sei que este ano está agitado e novidadeiro demais para uma menina que sempre foi um caracol pré-catatônico. Fica aqui o regis(ras)tro.

3 Comments:

  • mas imagina que maravilha: quando vc voltar da viagem cansada, tonta por conta do fuso horário vai ter uma casa nova te esperando... não os vizinhos chatos da casa velha

    By Anonymous Anônimo, at 18 de setembro de 2007 às 12:31  

  • Se você está mudando, como eu fiz, para um lugar (mais) silencioso, juro procê que vale toda essa confusão e canseira. Mas por via das dúvidas olhe feio para a vizinhança nas primeiras semanas.
    E não é que quando a gente faz mudança descobre que nem precisa de tanta tranqueira que fica guardando e guardando?
    Aproveite a viagem e abrace minha amiga iraniana Shakeh, se encotrar com ela. :)

    By Anonymous Anônimo, at 18 de setembro de 2007 às 17:28  

  • Rejane, seria gostoso mesmo voltar pra uma minha-casa. Infelizmente, o que vai estar me esperando é mais uma moradia provisória, agora em versão redux! Mas, é, me livrar dessa vizinhança já é um baita alívio.

    Clarice, também acho bom me desfazer do que não uso mais, doar coisas, vender livro pra sebo...

    Obrigada, meninas.

    By Anonymous Anônimo, at 18 de setembro de 2007 às 20:11  

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