Uma vez, num festival de música, vi uma menina dançando sozinha num canto, totalmente desligada do mundo e de si mesma, só ouvindo a música, dançando e sorrindo, e por isso absolutamente linda. Eu queria experimentar essa sensação um dia, esse tipo de liberdade. Quer dizer, eu gostaria de parar de sentir um dia pra me desligar assim completamente. Tão chato não vir com esse botão...

A faxineira achou uma caixa de antideprês fechadinha no meio da minha bagunça, a caixa que era pr'eu ter achado dois+ meses atrás quando desisti da coisa toda por desgosto de marcar nova consulta. Vinte e oito comprimidinhos. Placebar-me-ei com meio por dia.

Serenity now! (Insanity later.)

Eu tenho deficiências demais.

Tô precisando de um forçavan verdadeiro. Ainda não me acostumei com essa nova identidade de pessoa que adoece. Nos últimos três anos, passei mal mais vezes que no resto da vida inteira, e agora é que não entendo mesmo pra quê. Vale a pena não, gente.

mais uma com one, two, three, four



todos los dolores ya se van
tananam nanam nanam nanam

gripe

Pior que as bolinhas assassinas de champã no meio do rosto, pior que gastar um rolo de papel-toalha em meleca aguada, pior que o catarro que agarra e não sai mais, pior que o acesso de tosse querendo virar vômito, e mais nojenta que tudo isso junto, é a carência que dá.

so we're gonna need a $20 supplement fee for averageness
Guardarei pra sempre essa citação.

and hey there mr. happy squid you moooooooooooove...
so psychedelically
Está na cabeça.

Qual porcentagem de tuiteiros usa o twitter só pra irritar e ser irritado, vocês acham? Eu acho é que alta. Mais alta até que em fóruns de discussão, o que é um feito e tanto.

Se bem que este post pode irritar e/ou parecer irritado também, aí já viu, não tem escapatória, interação é complicado, melhor jogar joguinhos ver vídeos no tubes ouvir podcast?, provavelmente, que não nasci pra ser comunitária mesmo não.

Quando só se falava de indie pra cá, indie pra lá, demorei bem mais de ano pra entender direito do que se tratava. Agora é déjà-vu tudo de novo com isso de hipster. Quando eu finalmente entender que diabo é isso, já vai ter outra palavra pra designar... o que mesmo?

Não que eu precise saber, né? Tem a ver com panelinhas, né? Já saí da escola há mais de quinze anos, minha gente.

desatanós

Vocês já reparam que tem gente que não consegue falar de coisas, coisas por si sós? Que só fala de coisas sob o viés pessoas-que-são-pró-coisa e pessoas-que-são-contra-coisa, e portanto só fala de pessoas? E já repararam como todas as conversas dessa gente acabam virando um ataque preventivo às pessoas que essa gente mesma jogou do nada na roda, numa espécie de tiro-ao-alvo-fantasma da personalização? Em vez de "janela aberta é legal por isso e aquilo", é "quem não deixa janela aberta é idiota"; em vez de "água com limão é muito ruim", é "quem toma água com limão é idiota"; em vez de "essa música é tenebrosa", é "quem ouve essa música é idiota".* Já repararam?

Ando muito intrigada com isso.

* Quando a tônica é pró, funciona da mesma maneira; só o recorrente idiota é trocado por uma gama vocabular bem mais ampla pra dizer super legal [que nem eu].

No mais, estou 30% ânimo, 10% pânico, 60% paralisia em relação à viagem larga-tudo que se aproxima.

Adoro quando minhas mãos ficam com cheiro de piscina,
assim do nada.

Tem muita gente me perguntando o que tem de tão horrível no layout novo do rumspringa a ponto de eu querer abandoná-lo. Resolvi responder aqui.

Em primeiro lugar, o layout me dói na vista. A mudança de fonte pra arial, arial em negrito até, cruz credo, tudo espremidinho do lado direito por causa daquela barra largona e vazia à esquerda, é a pior parte. Impossível me acostumar. Junte a isso as redundantes imagenzinhas da pessoa a cada pergunta que ela própria responde assinada pelo próprio nome na própria página, e minha irritação é invencível. Irritação pela burrice das cabeças que criaram essa mudança. Irritação pela mania de mudar tudo toda hora sempre da maneira mais burra possível. Não dá.

Em segundo lugar, não agüento entrar nas minhas perguntas e ver ali ao lado o connect to facebook, twitter, tumblr, blogger, carnaval, procissão, bar da esquina, shopping center, sua cidade, todos os nomes que começam com b, todo mundo que odeia segunda-feira, todo mundo mesmo agora-já. Eu falei ali embaixo: o que me atraía no rumspringa era a simplicidade, o mistério e a independência dessas pataquadas todas. Mas como sempre, uma lojinha diferente não sossega até virar uma lojinha igual às outras, vendendo os mesmíssimos produtos e os mesmíssimos serviços nas mesmíssimas embalagens.

Ah, mas é tudo assim mesmo? Pois que seja. Eu não preciso comprar.

Me diverti muito no rumspringa e agradeço a todos que fizeram perguntas. Vou procurar outro site onde eu possa continuar brincando, um site com a simplicidade que me agradava no rums. Se não achar, e se o rums continuar sem a opção de editar o layout, eu volto a ficar aqui só no bloguinho que é só meu.


...


é, rumspringa se fué

Voltei de Minas. Não perdi uma oportunidade sequer de comer pães de queijo e doces de leite, a pousada do Cipó fritava bolinhos de chuva no café da manhã e ninguém me serviu chafé, aleluia. Comprei um caleidoscópio pra sobrinha em Diamantina, mas o pai dela chegou antes com um da Holanda; poxa, eu sempre quis dar um caleidoscópio pra sobrinha. Quase matei meus pais levando eles pra escalar paredão de pedra escorregadia em cachoeira, minhas irmãs nunca mais iriam falar comigo, mas todos saíram sãos e salvos. É certo que Bopla e o guia tiveram que dar uma de good cop / bad cop na saída do parque pra véia da foice, que guardava a porteira pro jipe não passar. "Isso é um parque nacional, minha senhora." "Parque nacional é a puta que o pariu. Cês mataro meu bezerro." Good cop Bopla salvou o dia sem levar foiçada pela direita nem pedrada pela esquerda, ufa. Nadei em águas gélidas, vi coisas lindas, andei muitos quilômetros e agora queria ser uma aranha d'água num pocinho cristalino de meio de mato de serra adentro.