nervocalm gotas

21 de junho de 2010

A faxineira achou uma caixa de antideprês fechadinha no meio da minha bagunça, a caixa que era pr'eu ter achado dois+ meses atrás quando desisti da coisa toda por desgosto de marcar nova consulta. Vinte e oito comprimidinhos. Placebar-me-ei com meio por dia.

Serenity now! (Insanity later.)

16 Comments:

  • Mas... meio? Só meio?
    Pois pra essas coisas de medicações continuadas a pessoa precisa de um Candyman. Que seja um Candyman dentro da lei e tudo, mas um Candyman after all. Alguém que simplesmente te dê a receita e não faça muitas perguntas, period.

    By Anonymous belly, at 24 de junho de 2010 às 03:08  

  • Eu parei de ir ao meu psiquiatra justamente por isso, Belly, por ele não fazer muitas perguntas. Era "está comendo/dormindo/trepando? está se sentindo bem?", escreve receita, mudando a dose ou o remédio um tanto aleatoriamente a cada consulta, e tchau. Ele não sabia nem queria saber nada de mim (me cortou algumas vezes), e eu já não acho possível fazer um tratamento desse sem acompanhamento psicológico. Aos meus 20 anos até dava, porque eu estava começando a vida; agora já tem bagagem acompanhando o tal desequilíbrio químico, tem comportamentos viciados, tem uma rotina construída em cima deles, e não dá pra simplesmente ignorar essa parte, porque uma coisa puxa a outra.

    By Anonymous nervocalm, at 24 de junho de 2010 às 09:11  

  • É exatamente pra isso q serve a psicanálise. Pena q vc não curta/acredite/esteja afim.

    Nossa, hj eu to com respostas pra todas as suas perguntas! Rsrsrs

    By Blogger Carrie, a Estranha, at 29 de junho de 2010 às 14:31  

  • Eu preferiria uma terapia mais comportamental, só isso. Não tenho muito saco pra freudianos.

    By Anonymous nervocalm, at 29 de junho de 2010 às 15:28  

  • Não existem mais freudianos. Quer dizer, até existe, mas a "evolução" da psicanálise são os lacanianos. Que não ficam quietos o tempo todo. Esta é uma imagem ultrapassada de psicanálise.

    By Blogger Carrie, a Estranha, at 30 de junho de 2010 às 16:53  

  • Não é nem só pelo silêncio, não, é pelas premissas. Simplesmente não é pra mim.

    By Anonymous nervocalm, at 30 de junho de 2010 às 18:17  

  • Mas vc já tentou alguma? Das lacanianas?

    By Blogger Carrie, a Estranha, at 1 de julho de 2010 às 01:13  

  • Não, fiz freudiana. Mas se eu finalmente decidisse "tá, bora, vou pagar terapia mesmo porque preciso", não seria nessa linha que eu iria procurar.

    Fazendo uma analogia alimentar, que meu forte é comida: eu não gosto da cozinha indiana; não gosto por causa dos temperos, da própria base do sabor. Vou me recusar pro resto da vida a pôr uma comida indiana na boca? Não. Se me aparecer na frente, até provo. Mas quando tenho dinheiro pra gastar e estou na missão de procurar bons restaurantes, restaurantes que me satisfaçam, já sei que na porta dos indianos eu nem preciso passar.

    By Anonymous nervocalm, at 1 de julho de 2010 às 08:55  

  • Psicanálise Lacaniana: Evolução.
    Este país está perdido.
    Topologia do Incosciente?
    Numeros C como definições?
    Esse é o problema, qualquer coisinha que rescenda a cientificidade já encanta alguns.
    E o brasil é campeão nisso.

    By Anonymous Anônimo, at 1 de julho de 2010 às 13:51  

  • ÓÓi!
    Buenas, assim: já fiz mais de dez anos de terapia. O terapeuta me mandou embora. Provavelmente cheio da minha cara e de mim correndo atrás do meu próprio rabo.
    Empacotei, arquivei, etiquetei e descartei o que era possível. Ficou mais leve? Ficou. Resolveu? Não. Continuo yo e mis circunstáncias, ou talvez yo e mis neurosis. E um desequilíbrio químico diagnosticado que possivelmente requererá medicação até o fim da vida, mais ou menos como meu ovário policístico - embora a vida do ovário se encerre antes da vida do resto.
    Uma das coisas que descobri é que sou deprimida de infância. Nasci deprimida. Nada nunca fez muito sentido para mim. Entendia o sentido das coisas enquanto teoria, mas as coisas simplesmente não conseguiam me alcançar. E pensava que era a mesma dificuldade pra todo mundo, o mesmo desespero, o mesmo sofrimento e descobri que as coisas não precisam ser necessariamente assim, que não é preciso fazer um esforço tão abissal para levantar da cama todos os dias. Mas que elidir essa dificuldade tem um preço e que o preço é químico.
    Agora, vai ter saco de explicar isso toda vez para um médico.

    By Anonymous belly, at 2 de julho de 2010 às 01:07  

  • Belly, eu estava pensando assim também, que era só tomar o remédio pra deixar as coisas um pouco menos penosas, mas essa última experiência me mostrou que não. Mas não tenho seus mais de dez anos de terapia nas costas, né?, é diferente.

    Por enquanto, isso é um problema sem solução pra mim, porque, como já falei aqui, simplesmente não tenho coragem de gastar dinheiro com terapia. Agora vou viajar, viver coisas novas, dá pra distrair bastante. Na volta, se precisar, eu procuro um psiquiatra mais falante e afinado comigo. Talvez, sei lá.

    By Anonymous nervocalm, at 2 de julho de 2010 às 10:32  

  • que pena que você não animou com a psicanálise, Bel. fiquei curiosa, quais premissas não lhe agradam? (a respeito de um comentário laaá atrás)
    beijo,
    Gabi

    By Anonymous Anônimo, at 2 de julho de 2010 às 10:37  

  • Gabi, acho difícil falar disso, ainda mais com quem estuda, como você. Eu travo por não ter o vocabulário. O que já li de Freud e sobre Freud foi como curiosa diletante; nunca saí da leiguice. Só posso te dizer que sou muito cética em relação ao discurso todo, mas é num nível muito instintivo, e eu não saberia iniciar aqui uma crítica. :\

    By Anonymous nervocalm, at 3 de julho de 2010 às 13:24  

  • Deixa eu só esclarecer que em nenhum momento falei que psicanálise é ruim, errado, não presta ou sei lá o quê. Só falei que já experimentei e, pra mim, não quero mais.

    By Anonymous nervocalm, at 3 de julho de 2010 às 13:31  

  • Oi Gabi!
    As premissas não me desagradam e, sério, não tenho pruridos em expor o meu lado negro. Na minha concepção, todos tem um lado negro bem forte, e quando mais você sufoca, mais furioso ele se torna. Tem que tentar ouvi-lo, conversar com ele.
    A questão é a seguinte, Gabi: o psi que me atendia, depois de mais de dez anos, resolveu que era hora de seguir sozinha, sem mais sessões de terapia, mas mantendo a medicação. Mas ele mudou de estado, de modo que quem me dá a medicação é um outro médico, indicado por ele. Muitas vezes sinto necessidade de conversar sobre certas coisas, mas só de pensar em construir de novo todo o caminho com um novo profissional me dá um desânimo incrível. Provavelmente essa negativa de iniciar com novo profissional seja luto (ainda) pelo fim da terapia. Talvez quando o incômodo for maior do que a revolta eu procure um outro profissional. No momento quero apenas que me façam a avaliação da medicação e de deem as receitas. Sem muitas perguntas.
    Até porque quando paro e realizo que foram mais de dez anos com terapia toda semana, às vezes 2x na semana, penso que tá mesmo na hora de seguir sozinha por um tempo.
    Beijo pra você também. E beijo na Nervo.

    By Anonymous belly, at 9 de julho de 2010 às 12:58  

  • ÔPA, agora que me dei conta.
    Não sou eu a Bel, embora também seja.
    Desculpem.

    By Anonymous belly, at 9 de julho de 2010 às 13:00  

Postar um comentário

<< Home