Sabem o que eu adoro? Esses médiuns que juntam platéia e ficam "estou ouvindo um ême... alguma coisa com ême... alguém aqui tem um ente querido, pode ser tio, pai, avô, filho, sobrinho, cachorro cujo nome começava com ême?". E uma senhora levanta emocionada "meu marido, Manovich!" E o que ele ouviu foi o ême, não o itch. "Estou ouvindo um bê, um bê..." "Minha avozinha Bócia!" Novamente, não o ó. Mas ele acertou! "Isso, Bócia. Ela está me dizendo que faleceu com algum tipo de dor... uma dor no corpo... eu vejo o peito... talvez o coração, o pulmão..." e por aí vai.
Sabem o que eu adoro mais? Que, enquanto isso, haja outros médiuns que psicografam cartas e livros inteiros sem nenhum problema de fonética espiritual, chuvisco na imagem ou linha cruzada.
E sabem o que eu adoro hors-concours? Que os médiuns do "estou ouvindo um ême" embolsem muito mais dinheiro que os outros com seu talento. Esse tipo de mediunidade paga mil vezes mais por caractere.