nervocalm gotas

27 de março de 2010

Sabem o que eu adoro? Esses médiuns que juntam platéia e ficam "estou ouvindo um ême... alguma coisa com ême... alguém aqui tem um ente querido, pode ser tio, pai, avô, filho, sobrinho, cachorro cujo nome começava com ême?". E uma senhora levanta emocionada "meu marido, Manovich!" E o que ele ouviu foi o ême, não o itch. "Estou ouvindo um bê, um bê..." "Minha avozinha Bócia!" Novamente, não o ó. Mas ele acertou! "Isso, Bócia. Ela está me dizendo que faleceu com algum tipo de dor... uma dor no corpo... eu vejo o peito... talvez o coração, o pulmão..." e por aí vai.

Sabem o que eu adoro mais? Que, enquanto isso, haja outros médiuns que psicografam cartas e livros inteiros sem nenhum problema de fonética espiritual, chuvisco na imagem ou linha cruzada.

E sabem o que eu adoro hors-concours? Que os médiuns do "estou ouvindo um ême" embolsem muito mais dinheiro que os outros com seu talento. Esse tipo de mediunidade paga mil vezes mais por caractere.

39 Comments:

  • Olha Bel, difícil escrever isso, mas existem pessoas que psicografam livros e não faz aparição em lugar nenhum e ainda ajudam instituições doando os direitos de seus livros.

    Se as pessoas devem acreditar ou não, acho isso uma questão particular. Cabe a cada um julgar se é certo ou errado.

    O problema é que por causa de uns que acham que mediunidade é poder, acabam prejudicando quem leva o trabalho muito a sério.

    Hoje foi a primeira vez que realmente me senti constrangida ao ler um post seu, porque lembrei de pessoas que realmente ajudam para o bem.

    Acho que vou parar de comentar no seu blog, porque hoje me senti estranha ao entrar aqui, não porque deixei de admirar o seu espaço, mas, porque me senti deslocada.

    Foi estranho.

    Abraços.

    Alê

    By Blogger Alê, at 27 de março de 2010 às 20:32  

  • Alê, eu lamento de verdade te deixar mal, mas se eu começasse a me censurar pensando em todo mundo que posso ofender, eu teria que fechar o blog, e até a boca, pra sempre.

    As únicas pessoas que eu critico nesse texto são os charlatães, e você mesma parece admitir que eles existem. Eu critico também a idéia, claro, mas idéias deveriam ser criticáveis num campo totalmente não-pessoal e não-emocional.

    Lamento ter deixado mal uma pessoa tão bacana quanto você, mas era importante pra mim escrever isso hoje.

    By Anonymous nervocalm, at 27 de março de 2010 às 20:54  

  • Bel,

    Faço coro ao comentário da Alê.

    Essa sua cruzada anti-religiosa tá ficando um pouquinho chatas - "ok, e vc falando de BBB tb, Carrie", vc pode me responder e eu vou aceitar. Mas o q fica latente é q vc realmente não conhece essas coisas. E, não, não são só ideias. Pra vc podem ser só ideias, mas pra quem crê, não. Eu não sou espírita e concordo q talvez 90% sejam charlatões. Mas tem estudos sérios - sérios MESMO, de cientistas - sobre essas coisas. Sobre coisas q a ciência não explica. Vc devia tentar saber mais sobre isso já q gosta tanto do assunto. Pq parece q vc só tenta ver o outro lado.

    Sei lá, o blog é seu, a opção é sua, mas...tem horas q a gente tem q se censurar se não quer ofender pessoas q gostamos - imagino q vc goste dos seus leitores. Eu pelo menos deixo de falar sobre um monte de coisas q sei q vai chatear meus leitores. Mas, claro se era muito importante pra vc escrever isso aqui hj, então ok. Não falo por mim, pq não sou espírita, acredito em algo maior, como já te disse, mas não sou religiosa.

    Volto a dizer uma coisa q já discutimos no meu blog: religião é algo muito pessoal. Só quem vive ou viveu é q consegue aquilatar o q é. Não dá pra conversar em termos racionais. São dois terrenos q não se falam: ciência e religião. Aliás, uma das minhas implicâncias com o espiritismo é exatamente ser uma religião racional - ou pretender ser. Vc conhece a história do Alan Kardec? Ele era um cientista q começa a pesquisar sobre fenômenos de "mesas voadoras" (que o Padre Quevedo - haha - e outros chamam de paranormalidade e os espíritas acham q é espírito mesmo).

    E, não sei se vc sabe, pq vc não vê TV, mas ontem passou um Grobo Reporti sobre o Chico Xavier. Que é realmente uma história impressionante e acho q é expressivo do q a Alê disse, de uma pessoa q nunca ganhou dinheiro com isso.

    Sei lá, vc é uma pessoa tão esclarecida, tão pouco preconceituosa, me espanta um pouco q seja tão pouco flexível para realmente pesquisar sobre experiências religiosas, já q é um assunto q te atrai.

    Existem charlatões? Óbvio. Talvez seja o q mais exista, mais do q bons médiuns. Assim como grande parte dos padres é pedófilo. Mas daí dizer q todos são é complicado.

    Bom, gostaria q vc não se chateasse comigo, eu nem ia comentar esse post, assim como o outro ali embaixo sobre a ideia do MAL (eu não conheço nenhuma religião realmente inteligente q trabalhe com essa dicotomia tão simplista. A não ser as IURDIS da vida ou Renascer da vida), mas depois q vi esse comentário da Alê achei q devia comentar.

    Tudo bem, um monte de gente odeia o meu blog qdo eu falo de BBB e já pararam de lê-lo por causa disso e nem por isso eu deixei de falar. Entendo q é uma escolha. Mas BBB é uma merda mesmo e quem se ofender com isso tá levando a coisa a sério demais. Religião NÃO. Não são só ideias.

    By Blogger Carrie, a Estranha, at 28 de março de 2010 às 00:09  

  • Carrie, estou acabando de ver no tubes um episódio de uma série de documentários sobre a mentalidade medieval (o de hoje foi sobre crença) e vim dar uma olhadinha aqui antes de dormir, então, só uma resposta rápida por enquanto.

    Cruzada? CRUZADA? Eu fiz dois postzinhos nos últimos dias sobre coisas que me intrigam e divertem em certas crenças e agora estou numa cruzada? Pra você ver aquilo que eu já te disse: gente religiosa pode passar 24h por dia, 7 dias por semana pregando e tudo bem; eu faço quatro parágrafos e estou numa cruzada.

    Quanto a meus leitores, sim, gosto muito deles. Mas também gostaria de atrair leitores que têm esse tipo de afinidade comigo.

    Amanhã eu falo mais.

    By Anonymous nervocalm, at 28 de março de 2010 às 01:01  

  • Ah, só uma coisa: o principal ponto deste post específico é o da fonética. Eu morro de rir vendo médium de televisão ouvindo sempre a primeira letra do nome, não a sílaba.

    By Anonymous nervocalm, at 28 de março de 2010 às 01:11  

  • Ah, eu achei o post bem engracado. Ainda bem que ainda existe bom humor no mundo. Esse negocio de politicamente correto e de sensibilidades frageis eh bem chatinho,ne?
    Bjs
    Madrinha

    By Anonymous Anônimo, at 28 de março de 2010 às 04:41  

  • Querida Bel,

    Eu realmente não quero q vc fique chateada comigo e a última coisa q eu quis c/ esse comentário foi te perturbar. Parece q a palavra Cruzada te irritou, então eu a retiro. Foi só uma piadinha - qdo as piadinhas são sobre temas q nos tocam, aí a coisa muda de figura. ("Politicamente incorreto" no dos outros é refresco, qdo é um tema q nos toca, dói). Só quis dizer q vc toca neste assunto quase sempre - não são só estes dois posts. Assim como me afasto "gente religiosa pode passar 24h por dia, 7 dias por semana pregando" eu tb não gosto de ouvir comentários opostos preconceituosos, baseados em um total desconhecimento da causa. É um direito q vc tem, de dizer o q quer no seu blog. E é um direito meu voltar aqui ou não, comentar ou não - e, de jeito nenhum estou dizendo q vou me afastar. Apenas estou "te dando um toque" (odeio essa expressão, mas vamos lá) q, assim como eu e Alê, q eu acredito q vc julgue pessoas "legais" (não sou uma maluca religiosa q fala de religião 24 h por dia), outras pessoas podem ter se sentido um pouco incomodadas. Mas a amizade continua a mesma! Rsrsrs...não vou deixar de vir aqui e nem de comentar no blog. Só, realmente, prometo daqui pra frente não comentar mais neste post nem em outros relativos à religião e compartilhei deste sentimento de desconforto q a Alê sentiu devido a um tom de deboche q vc usou não em funçao dos charlatões - q devem ser debochados mesmo - mas nas pessoas sérias q fazem trabalhos e, como diz a Alê, nem cobram, não querem publicidade e doam o dinheiro. Eu sei q o tom do post foi na questão da fonética e eu juro q eu tentei ver isso, mas o q ficou mais forte foi: os dois são idiotas, um porque é charlatão o outro porque tá deixando de ganhar grana. Estou ouvindo com "filtros"? Pode ser.

    Vc sabe o qto meu humor é negro e politicamente incorreto. Não tenho uma sensibilidade frágil. Só acho q - repito - vc não conhece e não sabe sobre o que está falando. E - volto a repetir - é claro q o politicamente incorreto vai até onde nos aperta o calo.

    Espero q a sua consideração por mim não se abale e que possamos continuar trocando opiniões sobre a vida em geral.


    Um beijo.

    By Blogger Carrie, a Estranha, at 28 de março de 2010 às 09:55  

  • Ops, vim aqui te responder. A palavra cruzada não me irritou, não. O CRUZADA?! eu escrevi rindo. :)

    Peraí que já segue resposta.

    By Anonymous nervocalm, at 28 de março de 2010 às 10:07  

  • Bom, següinte. Sobre o conhecimento de causa.

    Carrie, eu nasci num país cristão, numa família católica (meus pais não ligavam muito pra coisa, mas o resto da família, oxe!), estudei 9 anos em colégio de freira com aula de religião, prova e tudo, e cresci cercada de uma maioria esmagadora de pessoas que acreditam e falam em todo tipo de coisa sobrenatural. Eu diria que é impossível não conhecer "o outro lado". Minha sobrinha de 2 anos (!) já foi exposta a ele, e não foi pelos pais dela.

    Portanto, não escrevo nada disso num vácuo. Tive minhas experiências, fiz e faço minhas observações e leituras e vou tirando minhas conclusões assim como você ou qualquer outra pessoa. Não é que eu tenha topado ontem com o Dawkins, achado o maior barato e resolvido vestir essas idéias assim como se fossem uma blusa nova. Não, esses assuntos sempre foram muito presentes, muito pensados e muito importantes pra mim desde os 7 anos de idade, e prova de que não estou numa cruzada, nem mesmo numa cruzadinhinha, é que falei pouquíssimas vezes dele em 8 anos de blog. Carrie, eu já falei mais de legumes que de deuses por aqui.

    Então, sobre a pauta do blog, não tenho muito o que dizer. Falo de religião quando tenho o que falar de religião, falo de comida quando tenho o que falar de comida, etc, etc, e vai continuar sendo assim.

    Proponho outro experimento pra você e qualquer um que passe por aqui: pare pra pensar num assunto que você, depois de muito observar e muito pensar, considera pura balela. Pensou? (Depois me fala, que eu quero saber :)) Qual seria sua atitude se te recomendassem dedicar uma boa parte da sua vida a estudar mais a fundo essa balela? Você largaria seus interesses pra isso? Pois lamento se isso mexe com algumas pessoas - e juro que não entendo porque mexe tanto - mas religião é pura balela pra mim, o sobrenatural é pura balela pra mim. E eu sou só uma pessoa num blog pessoal que não tem mais que 20 leitores.

    Por fim, sobre o último comentário, não fiquei chateada, nem com dor no calo, nem coisa nenhuma, Carrie. Come on, você já devia me conhecer melhor que isso. Não tenho nenhuma emoção investida nesse assunto. É frieza pura.

    By Anonymous nervocalm, at 28 de março de 2010 às 10:28  

  • Ah, eu não chamei o psicografador de trouxa por não ganhar dinheiro, não. Psicografador TAMBÉM é charlatão pra mim, e eu não gosto de ver charlatão nenhum ganhando dinheiro.

    By Anonymous nervocalm, at 28 de março de 2010 às 10:30  

  • Madrinha, thanx. Era pra ser engraçado mesmo.

    By Anonymous nervocalm, at 28 de março de 2010 às 10:30  

  • Ops, errata: em "cresci cercada" leia-se "vivo cercada".

    Tem um "porque" errado também e tals, mas deixa pra lá, que pra editar tem que apagar.

    By Anonymous nervocalm, at 28 de março de 2010 às 10:41  

  • Nervo, eu venho aqui e vou continuar vindo justamente por causa da forma como você pensa/ escreve. Também acho religião a pura balela (e tenho HORROR a qualquer uma delas) baseada em medo, culpa e punição. Pode haver coisa pior?
    Me conforta muito perceber que eu não estou sozinha!
    Bjo

    By Blogger Carolina, at 28 de março de 2010 às 10:54  

  • Se um assunto tá em praça pública, ele TEM q aceitar q tá exposto ao escrutínio público. No assunto religião e espiritualidade, TODOS os envolvidos têm q aceitar q ninguém sabe de nada, e a única coisa q um ser humano pode expressar é sua opinião – seja ela séria ou cômica. Mas se uma pessoa se apega demais a suas opiniões, vai sofrer, vai se ofender, tal como alguém fanático por seu carro, q tem q tar sempre brilhando e não pode sofrer um risquinho q o dono já passa a noite sem dormir. E sobre assuntos sobre os quais ninguém SABE nada, as pessoas não podem reagir como político q infla de elogios e louvor "as realizações e conquistas" do próprio partido, denigre pavorosamente os outros partidos, e fica publicamente ofendidíssimo, esperneia e grita "¡Calúnia!" qdo algum humorista tira sarro de suas incongruências.

    Acho q a ótima questão levantada pela Bel foi perguntar como é possível tanta gente não-médium acreditar AO MESMO TEMPO q os espíritos escolham dizer a alguns médiuns apenas letrinhas enquanto a outros ditem livros inteiros. É uma excelente pergunta, e demonstra vivamente que muitos crentes (não todos) não costumam refletir sobre suas próprias crenças e incongruências.

    By Anonymous Permafrost, at 28 de março de 2010 às 12:41  

  • Bel,

    Ok, eu disse q não ia mais opinar sobre, mas vou. Não resito a uma boa discussão - no melhor sentido da coisa, como troca de opiniões - apesar de sempre as achar infrutíferas.


    Se essa é sua maneira fria de lidar com os assuntos eu não quero nem ver a maneira quente! Rsrsrs...Vc jura q vc acha q está sendo fria?

    Vi uma contradição no seu pensamento q não consegui entender. Diversas vezes vc já disse q é um assunto fascinante e q vc gosta - e a recorrência de posts dá a entender q vc gosta, talvez não tanto qto legumes, mas gosta. Então é fascinante, mas não merece o seu exame? Porque, vamos combinar, q "estar em contato desde os sete anos de idade" e "colégio de freira que tem prova de religião" não é um exame, é mais uma imposição q pode justificar sua ojeriza pelo assunto - o q, aliás, é bastante comum; que pessoas criadas em meio a concepções religiosas tenham uma maior aversão do q outras pra quem era indiferente. Então, como é: vc acha um assunto tão bobo, tão belela q nem merece o estudo (mas merece ser sacaneado e citado no blog com alguma frequência) ou vc acha super interessante, mas desmerece os argumentos contra, taxando-os de balela?

    Permafrost/Bopla,

    É q particularmente a religião espírita - q, volto a dizer, não tenho nenhuma ligação, tenho até implicâncias pelo pouco q já li; minha família é católica e eu fui criada nos ritos, embora não os pratique e nem defenda a Igreja - se caracteriza por não pegar dinheiro das pessoas sob nenhuma hipótese - ao contrário da Igreja Católica q é desnecessário dizer o quanto rouba e já roubou, assim como evangélicos de algumas tendências. O espiritismo nem é religião constituída. Ok, pessoas mal carateres (?) existem em muitas religiões, a rodo, não estou querendo dizer q não exista mal caráter no espiritismo, só estou querendo dizer q têm muita gente séria, q faz um trabalho sem aceitar dinheiro algum (se é verdade ou não, nem tô entrando no mérito, pq tb me irrita um pouco). Então eu acho q generalizar e dizer que "médiuns são charlatões" é uma opinião sem base nenhuma e sem conhecimento de causa e passível de q uma pessoa, mesmo q não tenha uma vivência espírita, frequente centro e tal, se sinta não ofendida, mas ligeiramente incomodada assim como se sentiria ao ouvir q "gays são promíscuos".

    Acho q ainda vale a máxima q religião não se discute (então o q eu tô fazendo aqui, né? Falando loucamente q não vou falar). É q nem opção sexual ou time de futebol. Vc não vai convencer um hétero q dar o cu é legal, nem um Flamenguista q o Vasco é o melhor time. Não vai. São domínios nos quais a razão tem tanto efeito quanto bananas.

    Outra coisa: se os não-crentes não sabem de nada, por que agem com tanta certeza? O racionalismo é apenas uma corrente filosófica que está conosco há o quê... Uns duzentos anos, se tomarmos o Iluminismo como marca - e não Descartes. É muita prepotência achar é o jeito certo de se pensar. Essa é minha única questão. É q nem vida em outro planeta. Se as pessoas não têm certeza se tem ou não, não digam que NÃO tem nem que TEM a não ser q vc tenha topado com um ET por aí. E, caso isso aconteça, tb não adianta tentar convencer o outro deste fato, a não ser q vc queira ser tachado de maluco.

    Volto a dizer o q já disse acho q aqui e no meu blog: pessoas realmente agnósticas simplesmente não cogitam o assunto religião. Isso simplesmente não existe. Afirmar peremptoriamente q uma coisa NÃO existe é afirmar a sua existência. Pra quem não existe isso não é questão. Quem fica nessa de existe-ou-não-existe já crê, de alguma forma.

    By Blogger Carrie, a Estranha, at 28 de março de 2010 às 14:06  

  • Obrigada, Carolina. Quando escrevo essas coisas, sempre torço pra que alguém apareça e diga "oi! estou aqui também!". :)

    By Anonymous nervocalm, at 28 de março de 2010 às 14:07  

  • Errata:

    Assim como se sentiria ao ouvir q "gays são promíscuos" sem ser gay.

    By Blogger Carrie, a Estranha, at 28 de março de 2010 às 14:10  

  • Oi Bel, estou (continuo!) aqui também!

    Não vou fazer dos teus comentários um post - se eu tenho uma opinião a defender, defendo no meu blog - mas quero dizer que não deixe de postar pelas opiniões alheias. Eu matei um blog pq me senti invadida - e me arrependo até hoje.

    By Blogger Carolina, at 28 de março de 2010 às 14:39  

  • Carrie, eu já escrevi aqui sobre minha maneira categórica e superlativa de falar. É um fardo, é de família. Eu acho que estou falando com a maior sensatez do mundo, mas povo acha que estou esbravejando. Sei lá. Pra mim, esse é um assunto puramente intelectual, está no campo das idéias. É isso que quero dizer com frieza. Você disse que, pra quem acredita, não são meras idéias. Eu nem entendo como é, então. Daí a dificuldade de diálogo.

    Mas, enfim, você fala como se eu tivesse nascido ontem e parece não se convencer de jeito nenhum que este é um assunto que já ganhou um bocado da minha reflexão. Muito mais reflexão, aposto, do que muito crente dedica a sua crença. Fico pensando que, pra você, conhecer é aceitar em alguma medida; se não aceito nem uma partezinha, é porque não conheço o suficiente. Oh, well. Impasse.

    Vamos esclarecer então: o que seria, pra você, estudar e examinar o assunto? Porque, pra mim, há dois modos de se examinar o sobrenatural: há a busca de evidências concretas e há os relatos pessoais. Eu priorizo o primeiro. Ainda não encontrei evidência concreta nenhuma de que o mundo seja outra coisa que não natural, e evidências concretas valem mais que relatos pessoais. Discorda? Experiências pessoais podem ser convincentes pra quem as vivencia, mas não provam absolutamente nada pro resto do mundo.

    É a essa parte do "outro lado" que não vou me dedicar: a ler e ouvir relatos e mais relatos em cima de uma premissa que pra mim é falsa (a premissa de que existam fenômenos sobrenaturais). Continuarei aprendendo mais sobre o lado racional da força, que é o que me interessa. E sabe lá aonde ele vai me levar um dia? A vantagem do racionalismo é justamente estar aberto a novas considerações, ao contrário do dogmatismo religioso.

    By Anonymous nervocalm, at 28 de março de 2010 às 15:08  

  • "A vantagem do racionalismo é justamente estar aberto a novas considerações, ao contrário do dogmatismo religioso."

    Clap! Clap! Clap!

    Tiamo, Bel!

    By Blogger Carolina, at 28 de março de 2010 às 15:19  

  • Bel,

    Bom, vou parar de fazer posts nos coments, pq a Carolina não gostou dos meus posts longos - eu adoro qdo pessoas fazem longos comentários, significa q elas estão gostando de conversar, mas podemos discutir isso por e-mail, e ficar só entre nós duas, já está chateando a Carolina.

    Eu só digo q existe outro caminho: existem estudos científicos sobre "experiências q ninguém explica". Só isso.

    Duvido, logo existo.

    By Blogger Carrie, a Estranha, at 28 de março de 2010 às 15:51  

  • Duvido, logo existo.

    Exatamente. :)

    By Anonymous nervocalm, at 28 de março de 2010 às 16:10  

  • Este comentário foi removido pelo autor.

    By Blogger Camila, at 28 de março de 2010 às 16:38  

  • Carrie,
    Se vc acha o racionalismo prepotente, em particular pq "está conosco há [apenas] duzentos anos", danô-se. O racionalismo sempre esteve com o ser humano. Primeiro, q toda religião, seita ou crença tenta ser racionalista, ou seja, pretende racionalizar o Universo dentro dum sistema compreensível, ou no mínimo comunicável. Segundo, q o racionalismo tal como "corrente filosófica" existe no mínimo desde os gregos, desde antes do cristianismo. Terceiro, q os próprios escritos "sagrados", tipo a Bíblia &c, são evidência de q o racionalismo cético (ie, o anti-sobrenaturalismo) sempre existiu: basta ver como os céticos racionais são rotineiramente aviltados, condenados e assassinados nesses livros. Por último (nesta lista resumida), q a vertente científica do racionalismo foi primeiro proposta pelo inglês Rogério Toucinho, q morreu em 1292, 600 anos atrás, e desde então tem dado frutos e mais frutos e mais frutos cada vez mais complexos e precisos prà compreensão do Universo e pro florescimento do ser humano, em quase todas as áreas em q crenças, dogmas e afirmações religiosas nunca, jamais, em tempo algum, never conseguiram provar absolutamente nada, niente, nothing, e em áreas novas jamais imaginadas ou sequer possíveis de imaginar seguindo à risca QUALQUER premissa, dogma ou afirmação de qqer religião, seita ou crença.

    ¿Tou sendo prepotente?

    Por outro lado, o fato de q certas pessoas não lucram diretamente de suas criações não quer dizer q não lucrem indiretamente. Há inúmeras maneiras de lucrar, tanto em dinheiro como em mercadorias como em favores como em notoriedade. O q faz de alguém um charlatão não é o dinheiro q recebe. E, se vc for analisar a coisa de frente, toda crença propalada, toda divulgação – proselitista ou declarativa – duma crença é uma forma de desonestidade: é uma pessoa afirmando algo q não viu, algo q não tem como provar, algo q só existe dentro de sua cabeça. Se ela viu então ela não crê: ela SABE, e se ela sabe, é possível provar. Ou seja, q se por qqer motivo alguém publica um livro cheio de generalidades e narrativas, nenhuma informação materialmente comprovável, afirmando q foi "psicografado" e o autor não tem como comprovar materialmente nem o conteúdo nem a afirmação, então ele tá sim sendo desonesto e tá sim sendo, até prova em contrário, um charlatão.

    Agora, se o "crente" se insulta por ser chamado de desonesto (ou, conforme o caso, de charlatão), ¿que vc acharia coerente eu sentir por ouvir todo dia em todo lugar q minha alma é suja, poluta, nefasta e corrompida, e merece o fogo eterno do inferno? ¿Qual vc acha o insulto maior? Se o crente acha q ser chamado de desonesto é pior, então não tá fazendo jus à própria crença.

    Todo crente se coloca numa situação mental insustentável, q se sustenta apenas através do poder político, do poder das multidões.

    By Anonymous Permafrost, at 28 de março de 2010 às 17:22  

  • Vou contar uma historinha, Carrie. Trabalhando na livraria, conheci muitas figuras legais. Uma delas foi uma mulher que ajudei numa troca especial que rendeu uma boa conversa e convites posteriores pra tomar uns cafés. Ela era uma figura muito interessante e eu aproveitei a oportunidade de ouvi-la. Acontece que ela era do tipo que fala muito e eu sou do tipo que fala pouco - isso, acabei descobrindo, não é uma combinação saudável.

    Enfim, ela era uma dessas pessoas que vivem em busca espiritual. Nesses nossos cafés, ouvi ela falar de todo tipo de sobrenaturalices que ela experimentou e/ou vinha experimentando, em detalhes. Eu ouvia, no começo interessada, mas aos poucos fui me cansando. Ela nunca perguntava nada de mim, do que eu achava, no que eu acreditava. Eu, como pessoa que fala pouco, guardava tudo pra mim.

    Um dia ela me ligou pra dizer que tinha talvez achado A verdade, A resposta, O caminho, no seicho-no-ie. Estava empolgadíssima, falando a mil por hora, queria me levar com ela. Foi nessa conversa que, pela primeira vez, eu disse: "Você sabe que eu sou atéia, né?". Breve silêncio. Palavras de espanto. Postura defensiva. Foi péssimo. Logo depois, a coisa descambou de vez.

    Eu nunca mais vou deixar isso acontecer, Carrie. Não quero ser boa moça o tempo inteiro e não deixar claro o que eu penso. Não fui justa com ela fazendo isso, e não seria justa com a Alê ou com você repetindo esse erro. Além disso, quero encontrar pessoas que tenham esse tipo de afinidade comigo, porque elas me fazem falta. Eu devia falar/escrever muito mais do que falo/escrevo.

    By Anonymous nervocalm, at 28 de março de 2010 às 17:28  

  • olha q fofo http://www.youtube.com/watch?v=OvYZMqQffQE&feature=channel

    By Blogger la vache qui rit, at 28 de março de 2010 às 17:29  

  • La vache, a antiga turma-do-deixa-disso agora é a turma-do-why-so-serious? :)

    Eu já conhecia essa dupla fofa, mas ainda não tinha ouvido essa versão de Schnitzels & Noodles.

    By Anonymous nervocalm, at 28 de março de 2010 às 17:34  

  • Você viu esse post da Ticcia? http://www.ticcia.com/index.php?itemid=2542

    By Anonymous Aline F., at 30 de março de 2010 às 21:33  

  • Não tinha visto ainda. 'Brigada pela dica.

    By Anonymous nervocalm, at 30 de março de 2010 às 22:12  

  • Eu achei o post engraçado e adoro ler suas opiniões. Venho aqui quase que diariamente, mas pouco comento

    By Anonymous Anônimo, at 31 de março de 2010 às 10:18  

  • 'Brigada, anônimo.

    Estou escrevendo outra resposta pra você, Carrie, mas na correria de cumprir prazos no fim do mês, vai demorar um pouco mais.

    By Anonymous nervocalm, at 31 de março de 2010 às 10:35  

  • http://sivers.org/real

    "sempre torço pra que alguém apareça e diga "oi! estou aqui também!"

    Agora faz sentido o que você diz sobre não ter muita gente na sua vida. Você afasta quem gosta de você, mas se sente solitária por não estar rodeada de pessoas que se parecem com você. Pq essa vontade tardia de turminha de escola? A vida tem pessoas muito interessantes, a maioria delas diferente de nós ,totalmente diferente às vezes...

    Desculpe ser a voz da razão, e desculpe se estiver errado, mas precisava dizer. Desejo boa sorte.

    By Anonymous rafael (nome fictício), at 31 de março de 2010 às 23:25  

  • Por que a voz da razão pede desculpas duas vezes? Que curioso.

    Eu te desculpo, sim, voz da razão. Eu sou a voz da benevolência.

    By Anonymous nervocalm, at 1 de abril de 2010 às 00:30  

  • "a maioria delas diferente de nós, totalmente diferente às vezes..."

    Não foi a blogueira que esqueceu ou deixou de aceitar isso.

    By Anonymous Ibn Al-Hazen, at 1 de abril de 2010 às 08:11  

  • Não achei seu post nada ofensivo. E olha que toda a minha família paterna é suuuuuper espírita (com vários médiuns no meio). Eu sou uma atéia pouco convicta. Como nunca tive experiências místicas ou evidências científicas que indiquem o contrário, a princípio acredito que Deus não existe. Tenho a mesma opinião quanto à existência de extraterrestres. E, no fim, penso que nada disso (Deus, ETs, espíritos) mudaria muito minha vida atual. So, why bother?

    By Blogger yasmin, at 6 de abril de 2010 às 16:10  

  • Yasmin, comigo é praticamente a mesma coisa. Só estou um pouco mais convicta da inexistência de deuses interventores em geral. O deus cristão, pra mim, é uma impossibilidade. Vale dizer também que, se existisse, não teria meu respeito, muito menos adoração.

    Quanto ao deus deísta, um criador, uma primeira causa, aí é mais complexo, mas tendo a achar que dar a isso o nome Deus é querer mistificar um processo natural. No fundo, tudo se resume a inteligência e intenção. Podem até chamar de inteligência o que quer que esteja por trás da formação do universo; intenção é que tenho dificuldade de enxergar.

    By Anonymous nervocalm, at 6 de abril de 2010 às 17:14  

  • Pois é, também não engulo de jeito nenhum a idéia de um deus antropomórfico ou interventor. E, por outro lado, chamar de Deus e ter uma relação pessoal (conversar, fazer pedidos, etc.) com algo que seja simplesmente uma força motriz sempre me pareceu um hábito um tanto excêntrico... Por isso parei de rezar bem cedo, quando descartei de vez o deus cristão. Tentei explicar isso pra minha professora de religião, mas ela não foi muito compreensiva.

    By Blogger yasmin, at 6 de abril de 2010 às 17:52  

  • So proud of you.

    By Anonymous Camila de Fleurville, at 7 de abril de 2010 às 13:33  

  • adoro! tudo! seu post, sua opinião, as reações, o debate (inglório, nunca infrutífero).
    e não entendo como a expressão de uma opinião pessoal pode ser tão incômoda para quem não a partilha. esse princípio de intolerância é incômodo pra mim. quer acreditar no que quiser, pois acredite, mas me permita não acreditar, duvidar e questionar, se eu quiser. o seu dogma não é meu.
    enfim, nem certa estou de ter me explicado direito...
    :)))

    By Blogger petita, at 9 de junho de 2010 às 15:55  

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