nervocalm gotas

24 de fevereiro de 2007

É chato recomeçar o blog do zero. Eu queria ter meu passado aqui agora. Assim, a chochice atual da coisa não me incomodaria tanto. Eu me consolaria com os bons momentos dos arquivos.

É, pois é, se tem uma coisa que a minha avançada idade já podia ter me ensinado é a acionar o botão do foda-se (copyright de Bopla). Sou muito deficiente nesse quesito. Quer dizer, nem tenho esse botão.

Enfim, meu computador está internado e ainda sem diagnóstico, o calor funde a cabeça, e a verdade é que fora da minha cabeça e do meu computador não há vida. Dias de pó, portanto.

I know, shameless.

22 de fevereiro de 2007

Quero. Preciso.

19 de fevereiro de 2007

nadaver

Cupcakes estão na moda, mas eu sou uma menina de muffins.

(e de torta sem creme, e de sorvete sem calda e farofa, e de bolo sem recheio e cobertura, e de frutinhas mais que de chocolate, e de azedo mais que de doce)

16 de fevereiro de 2007

Hum, issaí embaixo me fez lembrar de um episódio na praia, quando eu era menina, tinha uns onze anos. Pessoal resolveu fazer uma rodinha de violão à beira da piscina, debaixo da minha janela no hotel. Era tarde, eu não dormia, não agüentava mais aquele troço e devia estar com insolação. Minha inteligentíssima estratégia pra resolver o problema? Ficar na janela - era um andar baixo - olhando pra eles com cara sofrida, mão na testa, lágrimas rolando pelas minhas bochechinhas, e um ou outro soluço alto pra chamar a atenção. Olhem pra mim! Sintam pena de mim! Eu tô sofrendo muito!

Achei meu último bost meio drama queen. Mas não sou isso, não, eu juro. Eu era um pouco, mas não sou mais, sério. É uma outra coisa que eu tenho. Não é drama, não.

Obsessivamente olhando pela janela pra ver se chegou a kombi branca que significa música ao vivo e gritaria até a madrugada. Please don't, please don't, please don't.

15 de fevereiro de 2007

Meti na cabeça que este lugar está me envelhecendo. Depois de dois anos aqui, ninguém mais deve achar que eu tenho cara de vinte. Me olho no espelho e me convenço de que a minha pele está se descolando dos músculos. Eu sei, eu sei, minhocas de muito traduzir programa de cirurgia plástica. Eu não tenho rugas, mas eu sei que a minha pele está despencando, vai despencar, despencará. Não consigo mais usar minhas camisetas, que são muito adolescênticas, mas fico comprando saias com estampa de sapo e ovelhinha. E tem os dez fios brancos que eu arranquei da franja ao longo do último ano. Foi só completar 30 e tóin. Eu nunca pintei o cabelo. Eu gosto da cor do meu cabelo. Mas daqui a uns anos, nunca mais. Claro que ia acontecer de qualquer jeito, mas vai ser mais rápido se eu continuar aqui. A pele murcha, a cabeça branca, a demência progressiva e um piripaque do coração. Meti isso na cabeça e não tem quem tire.

9 de fevereiro de 2007

Fatalismo, fatalismo!
Uma ode a ti faria
Se ao menos não soubesse
Que de nada adiantaria!

3 de fevereiro de 2007

Eu pensei que podia fazer graça com as minhas atuais condições, com a barulheira, com a Rua Angústia, com a Rua do Açougue e do Sabão. Mas, pelo visto, não.

sinal de que a doença mental
já se instalou de vez


Desejar que religuem a serra que fazia brzzzzzz agora há pouco na rua pra encobrir o pipipipi da garagem do prédio em frente, que está disparado há mais de dez minutos. E durante todo o tempo, o mantra na cabeça: não estou ouvindo nada, não estou ouvindo nada, não, não estou ouvindo nada. Pensa em borboletas, pensa em coelhinhos. E a pulsação só aumentando.

E eis que meu blog é todo sobre barulhos e nervos.

update: Você enfim se enche e resolve descer lá, com adrenalina suficiente pra pular em cima e esganar o primeiro que te der uma atravessada. Mas, alas, alguém manda fechar o portão justo quando você entra no elevador. O alarme pára no segundo em que você põe o pé pra fora. Você atravessa a rua mesmo assim pra reclamar. Não vê ninguém. Vai pisando firme até a porta da frente e interfona o zelador. O zelador nunca está. Volta pra garagem e avalia o dispositivo de alarme, com cara de ódio, pra ver que fios daquela joça você teria que cortar. Tem uma câmera na sua cara. Alicates zanzam pela sua cabeça. Alicates e fios, alicates e dedos, alicates e sangue. Você quer cometer vizinhocídio, bairrocídio, patriocídio, deletar tudo. Mas volta pra casa e tenta se acalmar. Senta e se acalma. Calma.

Próximo ataque previsto para acontecer em menos de 10 horas.

update 2: O próximo ataque aconteceu menos de 2 horas depois, quando o alarme voltou a disparar. Desci de novo. Interfonei o zelador de novo. O zelador não estava de novo. Interfonei um monte de apartamentos ao mesmo tempo. Ninguém "podia" descer pra fechar. Descobri que o bicho tinha um switch. Peguei meu guarda-chuva, porque o troço é alto, e consegui desligar o som. Me senti muito bem e vingada por uns três minutos. Acho que vou ter que descer lá com meu guarda-chuva muitas e muitas vezes ainda. E guarda-chuva também é arma, vocês sabem.

2 de fevereiro de 2007

Mais Flickr. Talvez minha última indicação, porque brasileiro tem mania de brincar de invasões bárbaras na internet, pilhar tudo que é bom e se instalar nas ruínas com seus huahuahuas*. Mas é que ela é muito boa, e desde ontem já olhei esta foto mil vezes, e meus leitores são poucos e civilizados.

Recomendo os sets com mais fotos primeiro, mas qualquer um vale a pena. True genius, people. That is true genius.

*aconteceu coisa chata por lá esses dias. tsc.