Eu pensei que podia fazer graça com as minhas atuais condições, com a barulheira, com a Rua Angústia, com a Rua do Açougue e do Sabão. Mas, pelo visto, não.
é, é o efeito da gente fazer graça da própria des-.
as pessoas acham que ah, então tudo bem, ela tira de letra.
quando na realidade você está extremamente à beira do colapso.
sim sim, bem sei.
p.s.: adoro 'rua angústia', adotei para minha vida.
p.s.2: faz quanto tempo que vc tá aí? sempre imaginei esse lado ruim da vida na angústia, os decibéis. embora imagine que seja bom por tantas outras razões. também não sei, só imagino.
Estou aqui há dois anos, numa situação muito especial: apartamento de amigo, aluguel baixíssimo, sem contrato, essas coisas. Deu pra juntar algum dinheiro pra sair daqui nos próximos meses. A ver.
Eu acho que pra quem é xóvem e gosta da náite e prefere sair a dormir, este lugar deve ter seus encantos. Pra mim, não. Além do barulho, tudo aqui fede. Vide a rua do Açougue e do Sabão, perpetuamente cheirando a carne exposta e sabão de coco (eu odeio cheiro de sabão de coco), que eu tenho de atravessar pra fazer feira e supermercado e tal.
E o pior do barulho - a Flushing vai gostar dessa - é que o apartamento onde a gente está só tem um lado de janela. Explico. A janela, que vai de ponta a ponta, só tem três trilhos onde correm duas persianas e um só vidro. Ou seja, metade da janela fica descoberta de vidro o tempo inteiro. Com barulho entrando o tempo inteiro. (A gente cobriu com colchonete no nosso quarto, mas nem assim.)
Ufa, chega.
Pelo menos, o alarme do vizinho ficou desligado o fim de semana inteiro. Daqui a pouco alguém se toca e manda a polícia atrás de mim.
Nossa...estou na torcida para que vc encontre logo um lugar menos barulhento e pq não dizer menos mal cheiroso,não? Se a sua rua Angústia for a que estou pensando , entendo muito bem do teu sofrimento.
Eu sempre questionei a qualidade de vida em locais onde a infra-estrutura urbana significasse "comodidade" para as pessoas, aquela coisa do "ter tudo perto",sabe?
Na verdade existe um preço muito alto que os moradores desses lugares pagam sem saber, e que só depois de estarem instalados vão descobrir...e aí já é tarde, né.
São Paulo precisa urgente de uma boa equipe de urbanistas, mas urbanistas mais humanos que pensem mais na qualidade de vida das pessoas. Mas aí eu tou sonhando demais...eu sei.
:(
ps:Quanto ao alarme do vizinho...tem câmera? rs...se tiver, fica um tempinho sem aparecer por lá.
eita, eu acho que sei qual é esse açougue. muita pena de tu, se for.
mais de uma vez eu passava por lá exercendo minha cidadania pedestre quando desceram do caminhão das carnes as pessoas que lidam com as próprias (carnes), aquelas roupas sujas de sangue, pra parar o trânsito da rua até que o caminhão conseguisse manobrar. manobra esta que jamais compreenderei, das duas vezes era uma coisa de objetivo deveras obscuro.
e fede por ali, hein. mas fede... e a janela sem vidro faz como no frio? e na chuva? não rola pelo menos uma placa (??) de acrpilico (???) de repente, não?
fiquei aflita, digo logo.
(falhou na primeira tentativa de enviar. o comentário, digo. se for duas vezes, desculpa.)
Será que é o mesmo açougue? Eu também já tive o desprazer de ver o caminhão descarregando.
Nesse mesmo pedaço de rua, tem um barzinho descolado. Me dá aflição ver os descolados sentados na calçada, à noite, cercados de sacos de lixo, fiapinhos de carne e o sabão de coco secando no chão. Fico imaginando as baratas subindo e descendo nos pés descolados e tremo. Mas eles nem ligam, parece. Ficam ali fumando no maior cool.
Ah, uma placa de acrílico que cobrisse a maior parte da janela até que é uma idéia, viu? Não sei como Bopla não pensou nisso. Obrigada.
11 Comments:
Por que não? O que aconteceu?
By Flushing, at 4 de fevereiro de 2007 às 09:39
Nada. Eu quis dizer que estou falando de tudo isso, só que não tem graça.
By Anônimo, at 4 de fevereiro de 2007 às 10:31
Ah tá...rs...desculpe!
Mas me preocupa toda essa poluição sonora que te cerca. Totalmente insalubre.
:(
By Flushing, at 4 de fevereiro de 2007 às 12:48
é, é o efeito da gente fazer graça da própria des-.
as pessoas acham que ah, então tudo bem, ela tira de letra.
quando na realidade você está extremamente à beira do colapso.
sim sim, bem sei.
p.s.: adoro 'rua angústia', adotei para minha vida.
p.s.2: faz quanto tempo que vc tá aí? sempre imaginei esse lado ruim da vida na angústia, os decibéis. embora imagine que seja bom por tantas outras razões. também não sei, só imagino.
By Rainman Raymond, at 4 de fevereiro de 2007 às 21:58
Estou aqui há dois anos, numa situação muito especial: apartamento de amigo, aluguel baixíssimo, sem contrato, essas coisas. Deu pra juntar algum dinheiro pra sair daqui nos próximos meses. A ver.
Eu acho que pra quem é xóvem e gosta da náite e prefere sair a dormir, este lugar deve ter seus encantos. Pra mim, não. Além do barulho, tudo aqui fede. Vide a rua do Açougue e do Sabão, perpetuamente cheirando a carne exposta e sabão de coco (eu odeio cheiro de sabão de coco), que eu tenho de atravessar pra fazer feira e supermercado e tal.
E o pior do barulho - a Flushing vai gostar dessa - é que o apartamento onde a gente está só tem um lado de janela. Explico. A janela, que vai de ponta a ponta, só tem três trilhos onde correm duas persianas e um só vidro. Ou seja, metade da janela fica descoberta de vidro o tempo inteiro. Com barulho entrando o tempo inteiro. (A gente cobriu com colchonete no nosso quarto, mas nem assim.)
Ufa, chega.
Pelo menos, o alarme do vizinho ficou desligado o fim de semana inteiro. Daqui a pouco alguém se toca e manda a polícia atrás de mim.
By Anônimo, at 5 de fevereiro de 2007 às 09:23
Nossa...estou na torcida para que vc encontre logo um lugar menos barulhento e pq não dizer menos mal cheiroso,não? Se a sua rua Angústia for a que estou pensando , entendo muito bem do teu sofrimento.
Eu sempre questionei a qualidade de vida em locais onde a infra-estrutura urbana significasse "comodidade" para as pessoas, aquela coisa do "ter tudo perto",sabe?
Na verdade existe um preço muito alto que os moradores desses lugares pagam sem saber, e que só depois de estarem instalados vão descobrir...e aí já é tarde, né.
São Paulo precisa urgente de uma boa equipe de urbanistas, mas urbanistas mais humanos que pensem mais na qualidade de vida das pessoas. Mas aí eu tou sonhando demais...eu sei.
:(
ps:Quanto ao alarme do vizinho...tem câmera? rs...se tiver, fica um tempinho sem aparecer por lá.
By Flushing, at 5 de fevereiro de 2007 às 12:42
eita, eu acho que sei qual é esse açougue. muita pena de tu, se for.
mais de uma vez eu passava por lá exercendo minha cidadania pedestre quando desceram do caminhão das carnes as pessoas que lidam com as próprias (carnes), aquelas roupas sujas de sangue, pra parar o trânsito da rua até que o caminhão conseguisse manobrar. manobra esta que jamais compreenderei, das duas vezes era uma coisa de objetivo deveras obscuro.
e fede por ali, hein. mas fede... e a janela sem vidro faz como no frio? e na chuva? não rola pelo menos uma placa (??) de acrpilico (???) de repente, não?
fiquei aflita, digo logo.
(falhou na primeira tentativa de enviar. o comentário, digo. se for duas vezes, desculpa.)
By Rainman Raymond, at 6 de fevereiro de 2007 às 19:17
tá, foi só uma vez, mas acrpilico era pra ser "acrílico".
By Rainman Raymond, at 6 de fevereiro de 2007 às 19:19
Será que é o mesmo açougue? Eu também já tive o desprazer de ver o caminhão descarregando.
Nesse mesmo pedaço de rua, tem um barzinho descolado. Me dá aflição ver os descolados sentados na calçada, à noite, cercados de sacos de lixo, fiapinhos de carne e o sabão de coco secando no chão. Fico imaginando as baratas subindo e descendo nos pés descolados e tremo. Mas eles nem ligam, parece. Ficam ali fumando no maior cool.
Ah, uma placa de acrílico que cobrisse a maior parte da janela até que é uma idéia, viu? Não sei como Bopla não pensou nisso. Obrigada.
By Anônimo, at 7 de fevereiro de 2007 às 16:31
que coisa mais bukowskiana esse boteco descolado, não?
estava com saudades extremas de você aqui. mas não vou falar muito senão você vai embora de novo.
By Anônimo, at 13 de fevereiro de 2007 às 19:48
Embora, eu não vou, mas a coisa vai ser meio parada por aqui. Bom te ver, Belly. Beijo.
By Anônimo, at 14 de fevereiro de 2007 às 13:42
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