nervocalm gotas

15 de setembro de 2011

Bom, resolvi ir registrando todas as porcarias de horror setentista que eu tenho visto. Vai ter spoiler, mas como ninguém vai ver essas bombas mesmo, são inócuos.

Black Noon Nhé. Loura etérea muda bonita do mal. Nhé. The Wicker Man do Velho Oeste. Nhé. Até que gosto de terror com tema padres/pastores/igrejas, isso é. Mas nhé.

Dying Room Only Baseado num conto de Richard Matheson. (Ê! Richard Matheson! Larguem Furúnculo Crepúsculo e vão ler Drink My Red Blood!). Argumento bem bacana, primeira parte bem tensa. Depois, cai um pouco, altas perseguições e tal, mas respeitei. Não me canso de terror na estrada. Melhor cenário pra filme de terror, na minha opinião.

Mr. Wrong Versão gêneros-trocados de Christine. Vi por ser neo-zelandês. É dos anos 80, mas deixa. A moça passa a maior parte do filme sem tocar no carro, so what's the point? E o moço que acabou sendo de verdade, passei o filme inteiro achando que era o espírito do carro. Muito falho. Valeu pelo sotaque.

Something Evil Definitivamente não gosto do tema Casas Malignas. É bobo demais até pra um gênero notoriamente bobo. Personagens de filme de terror geralmente reagem ao perigo da maneira mais burra possível, mas os moradores de casas malignas são retardados desde o início. Sério, basta ouvir um chorinho fantasma à noite e a pessoa já sai pintando pentagramas pela casa? E sério, que diabo de demônio/espírito/fantasma tão chinfrim é esse que passa sua eternidade parado numa casa só pra dar uns sustos de inquilino a inquilino? Ah, bom, deve ser o tipo de demônio/espírito/fantasma que não resiste a uns tracinhos pintados no chão. Give me a break, Sandy Dennis. Menção especial ao vizinho especialista em ocultismo, claro. Adoro que as pessoas de filme de terror tenham bibliotecas completas de ocultismo sempre à mão.

A Reflection of Fear Prestei mais atenção à paciência que eu estava jogando do lado da tela. Mas não adivinhei o final. É muito raro eu não adivinhar o final. Pontinho pra ele.

Jennifer Carrie com Snakes on a Plane. Muito chupado demais de Carrie, muito. Mas a menina que faz a vilã é uma boa vilã mean girl. Odiei a cobra gigante no fim. Péssima idéia.

The Baby Ã. Tipo. Sem palavras. Pelo menos, serviu pra uma coisa. Sempre me intrigaram aquelas musiquinhas instrumentais psicodélicas com muitos metais que aparecem em cenas de festa em filmes dos anos 60. Eu ouço aquele negócio e fico "onde é que essa música foi parar? essa música não existe mais. ninguém ouve isso hoje em dia. é uma música que durou uns poucos anos e sumiu? que coisa estranha! cadê essa música?" e tal. Aí, fui comentar com Bolops e ele sugeriu que essa música talvez não tenha existido fora do cinema mesmo. Que pode ser só trilha criada pra substituir músicas de verdade e assim livrar os estúdios de pagar direitos autorais. Ou seja - olha que revelação - é possível que ninguém mesmo nos anos 60 se reunisse em festinhas beat onde sempre-sempre uma loura bonita com vestido franjado se sacudisse ao som dessa música datada e infernal. (Quer dizer, a parte da festa beat e da loura franjada sacudida pode até ser factual, mas não a música). Eu acho que faz sentido. O cinema deforma nossa educação. Até os vintipoucos anos, eu realmente achava que os casais americanos dormiam em camas separadas, por exemplo. Tsc. Nunca mais verei cenas de festa dos anos 60 com os mesmos olhos.

...continua?

The Plumber Não é de terror, é de tensão moderada. E gostei. Bem interessante. Supimpa mesmo. Me deu até insights sobre a minha fobia de invasões acústicas e gerais. I'd never be a villain.

Paper Man Vintage geeks, safra 1971. Bacana ver toda uma discussão sobre a criação de uma identidade virtual na época dos computadores que ocupavam uma sala inteira e sem o vocabulário desse mundo ainda. Vejam vocês que o homem criado é de papel. Você até solta umas risadinhas de Rabugento durante o filme. "Você está me dizendo que o computador controla tudo no prédio? :O" "Tem um computador se comunicando com o outro! :O" Mas o filme em si é bobo e previsível e tem uma cena que já entrou pro meu WTFHOF (what-the-fuck hall of fame). O geek-mor, já internado numa cela psiquiátrica, convence a mulher do Casal 20 a ajudá-lo a escapar pra poder acessar o computador da universidade e assim descobrir quem está por trás de toda aquela vilania. À noite, quando apagam as luzes da ala, ele foge. Corta pro vilão sentado num escritório noutro canto da cidade, com cara de preocupação. Ele abre uma gaveta e de lá tira - ta dá! - um jornal com a notícia da fuga e a foto do geek estampadas na primeira página. E lá vai o vilão tentar impedir que o geek chegue ao computador. GENTE! Notícia noturna quentinha, impressa e entregue à sua gaveta! Pra que internet?

Crawlspace Como torci pra que esse filme fosse bom! O argumento é intrigante e me prendeu desde o início, o casal é muito interessante e os dois atores são ótimos. Achei que tinha descoberto uma pequena jóia. Infelizmente, o filme não teve o final que merecia. É produção feita pra tv, limitada a 75 minutos, provavelmente de verba curta, e deu uma apressada desastrada no fim. Uma pena, porque a história merecia um tratamento melhor. Mas foi bom. Acho que não estou de todo perdendo meu tempo vendo filmes obscuros. Eu sempre preferi, mesmo, encontrar pérolas em lugares insuspeitos - músicas de Antena1, filosofices de gente comum, filmecos esquecidos de terror. Deve ser mais uma artimanha da minha cabeça pra me manter apartada, sem assunto em comum com os outros. Auto-análise brega na madrugada. Enfim, vou me lembrar dos Graves. São George e Martha sem a neurose.

Daughter of the Mind Não consegui passar de quarenta e poucos minutos. Atores atrozes. Ou é a direção, sei lá. Mas o mistério é original: será o fantasma uma aparição sobrenatural ou uma ilusão da contra-inteligência russa? Ah, fantasmas da guerra fria... Sempre me divertem. Mesmo assim, não deu. Uma hora eu volto no tube só pra ver a resposta. Team contra-inteligência russa.

Fright Eu precisava ver outro filme de babá aterrorizada por maníaco dentro de casa? Não. Mas era inglês e gostei da abertura. No final, não era como os outros filmes de babá aterrorizada por maníaco dentro de casa. Nesse, o horror se concretiza.

Rituals Deveria haver um código dos bandidos que proibisse coisas como roubar pagamento de funcionário, agredir velhinhos de bengala e atacar campistas, trilhistas e montanhistas. Ataque a campistas & cia é coisa que mexe fundo comigo. Não acho certo roubar, torturar e matar quem foi a um lugar idílico pra ficar perto da natureza. Não acho certo. É verdade que os médicos desse filme fizeram uma barulheira tão grande na primeira noite, que até torci pro assassino ser a natureza em si, ou um pássaro zangado, ou um macaco raivoso. Não era. Era uma mistura de vários clichês de terror - o veterano enlouquecido + o deformado com sede de vingança + a família matuta suja retardada - mas nada justifica.

2 Comments:

  • A única coisa que eu li do Richard Matheson foi "Em algum lugar do passado", depois de ver o filme. O livro é MUITO melhor. Aquela coisa água-com-açúcar do romance é bem pequena no livro, é interessantíssima toda a história da obsessão do personagem e de toda a preparação para a viagem no tempo. Não sabia que ele escrevia outras coisas ( tenho grave delay, tentando corrigir, mas essas dicas sem queres, bacanas, de pessoas bacanas como vc, tem uma graça especial), vou buscar! E o Stephen King, o cara escreveu muita coisa, e tem contos muito bons. E Poe? Enfim, vc estava falando de filmes e eu já tô puxando brasa para o meu assado. Eu sou meio bobona, tenho medinho até de filme tosco, mas gosto! Bjs!

    By Anonymous Anne, at 14 de outubro de 2011 às 15:25  

  • Ôia, e eu não sabia que "Em algum lugar do passado" era dele. :)

    Eu li muitos contos do Stephen King na adolescência. Foi uma das coisas que a biblioteca da minha escola de inglês me apresentou. Eu gostava pra caramba. Ele é bom, sim. E Poe, adoro. Adoro demais.

    Eu bem queria sentir medo quando vejo esses filmes. Minha busca é justamente por um filme que me meta medo. Mas é raro eu sentir, viu? :~

    By Anonymous nervocalm, at 14 de outubro de 2011 às 18:30  

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