Uma moça me desejou, numa loja, um ano novo cheio de paz, amor, alegria e muita fé, prin-ci-pal-men-te muita fé. E como é que você responde a uma coisa dessas senão com arrãs? Já se vão trinteitantos natais de arrãs.
Sei lá, acho graça quando as pessoas mencionam essas coisas como se fossem de comum acordo universal. Tem gente que escreve carta pro jornal pra comentar notícia e invoca carma e criador no meio, na maior naturalidade, como se fosse uma concatenação perfeitamente lógica. O judiciário agiu certo por causa do carma. A medicina está descobrindo que Deus conhece nosso corpo melhor que ninguém. O aumento da criminalidade é conseqüência direta do nosso descaso pelos anões azuis vingativos da Patagônia. E acima de tudo, no ano que começa, agarrem-se ao intangível.
Sei lá, gente, só sei lá.
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