pensando alto
Minha mãe sempre fala que a vida precisa de fantasia (geralmente depois de eu falar que não me vejo fazendo o circuito Papai Noel - Coelho da Páscoa com um possível futuro filho). Minha mãe também calha de ser uma pessoa bastante cética, pelo menos no que tange a fantasias de todo tipo. Será que as duas coisas estão ligadas?
Sou uma pessoa cética como a minha mãe, embora bem mais iconoclasta. Fantasia nunca foi a minha, acho chato e pomposo, me repele. Eu tenderia a ligar essas duas coisas, mas posso estar enganada.
Toda a família me olha torto quando eu digo aquelas coisas ali do parêntese, como se eu estivesse teimosamente decidida a negar alegria e diversão ao meu possível futuro filho. Isso me entristece, às vezes. Eu não gosto de fantasia, mas adoro nonsense e amo nós lógicos. Na minha vida, não conheci nada mais alegre e divertido que as longas conversas nonsênsicas que eu e o pai do meu possível futuro filho travamos. Minha lista de motivos pra ter filho é bem pequena, mas o único item que realmente me balança é a perspectiva de ter um terceiro colaborador nessas longas conversas nonsênsicas. Quando imagino essa familinha, eu imagino alegria.
Minha mãe sempre fala que a vida precisa de fantasia (geralmente depois de eu falar que não me vejo fazendo o circuito Papai Noel - Coelho da Páscoa com um possível futuro filho). Minha mãe também calha de ser uma pessoa bastante cética, pelo menos no que tange a fantasias de todo tipo. Será que as duas coisas estão ligadas?
Sou uma pessoa cética como a minha mãe, embora bem mais iconoclasta. Fantasia nunca foi a minha, acho chato e pomposo, me repele. Eu tenderia a ligar essas duas coisas, mas posso estar enganada.
Toda a família me olha torto quando eu digo aquelas coisas ali do parêntese, como se eu estivesse teimosamente decidida a negar alegria e diversão ao meu possível futuro filho. Isso me entristece, às vezes. Eu não gosto de fantasia, mas adoro nonsense e amo nós lógicos. Na minha vida, não conheci nada mais alegre e divertido que as longas conversas nonsênsicas que eu e o pai do meu possível futuro filho travamos. Minha lista de motivos pra ter filho é bem pequena, mas o único item que realmente me balança é a perspectiva de ter um terceiro colaborador nessas longas conversas nonsênsicas. Quando imagino essa familinha, eu imagino alegria.
17 Comments:
Sutilmente surpresa. Porque os natais da sua casa ainda habitam o meu imaginário.
E, afinal, quem é que tocava os sininhos das renas do Papai Noel?
By Anônimo, at 19 de junho de 2008 às 23:11
PS: acho que você tem um ótimo motivo para ter um filho: o terceiro colaborador.
By Anônimo, at 19 de junho de 2008 às 23:13
Ai, q lindinho! Nervocalm Docinho de Côco! Rsrsrsrs...
Fantasia é fantasia. Cada um tem a sua. Acho q vc está se referindo a fantasia como algo padronizado e, pelo q entendi, parece q sua mãe falava de outras coisas. Ela falava de elementos lúdicos. Q, como eu sempre digo, não é só criança q precisa. Todo mundo precisa.
Tipo, fora as questões óbvias sob as quais eu não vou entrar em detalhes, eu sou basicamente muito parecida ao q eu era qdo criança e faço coisas muito parecidas qdo criança. Até minhas profissões - as que eu tentei - reproduzem isso.
Acho muito lindinho qdo vc descreve sua relação com o seu seu. É como se fosse um jardim secreto. Todos nós precisamos de jardins secretos. E é muito bom qdo a gente acha pessoas q podemos convidar para o nosso jardim.
Bj
By Carrie, a Estranha, at 20 de junho de 2008 às 00:05
Ciça, meus natais na infância foram ótimos, meus pais eram muito bons nisso mesmo. Só que eu cresci, não sou cristã, não gosto de datas comemorativas em geral, sofro pra comprar presente, acho toda o tema invernal no verão meio bobo, todas essas coisas. Se eu tiver filho, sei que vai ter comemoração de natal na família e que vão falar de papai noel pra ele e tudo bem. Mas eu, pessoalmente, não me vejo montando árvore de natal em casa e dando bola pra data.
Carrie, acho que é meio isso; ela fala de coisas lúdicas, mas não entende quando eu digo que posso criar as minhas próprias.
By Anônimo, at 20 de junho de 2008 às 00:54
Dentre as funções sublimes dos filhos, bel, acho que está a de ensinar aos pais um pouco de maleabilidade. Não que você tenha que fazê-lo acreditar em papai noel, mas pode conviver com o fuzuê sem privá-lo de construir lembranças boas como são hoje as suas. Isso não depende de seguir o script. As festas estão aí, les jeux sont faits, como dizia o vesgo, mas isso não quer dizer que vocês tenham que viver à parte ou que ser soterrados pelo coelhinho da Páscoa. Sei lá, os filhos são um elo com um outro tipo de realidade. oioioi me segura
By Anônimo, at 20 de junho de 2008 às 02:45
Eu não olho torto, muito menasmente agora...
E assino e sublinho a Ciça pelos motivos e a Alê pelo oioioi. :D
By Anônimo, at 20 de junho de 2008 às 10:01
Cam, sonhei com você! Você me ligou convidando pra ir à praia (!), mas eu não podia ir. Mesmo assim você passou na minha casa (e era uma casa) com a Catarina e um cara imenso que parecia um *segurança* pra visitar a gente, mas tava chovendo um monte! E mesmo assim você desceu pra praia, porque no horizonte tinha sol. :)
By Anônimo, at 20 de junho de 2008 às 10:58
Pessoal, fiz uma pergunta séria e quase desesperada. Acho que já estou pronta para saber: Quem tocava os sininhos?
By Anônimo, at 20 de junho de 2008 às 14:32
Mas tinha sininho?! ;D
By Anônimo, at 20 de junho de 2008 às 15:28
Piorque eu também não lembro de sininhos, Ciça! Mas isso tem a maior cara de tia Lucinha, hein?
By Anônimo, at 20 de junho de 2008 às 16:40
Ai, tinha!!!
E a passagem de ano? Até hoje sou capaz de ver, com nitidez digital, o velhinho de bengalas, corcunda e boca murcha dar lugar a um gorducho bebê de fraldas.
Pobre velhinho. :(
By Anônimo, at 20 de junho de 2008 às 17:15
Então, essa do velhinho e do bebê era tia Lucinha que falava. Por isso que eu pensei nela. :)
By Anônimo, at 20 de junho de 2008 às 17:30
uma moça q conheci nunca falou de papai noel p/ o filho. e quando ele perguntava, respondia que era invenção das pessoas o papai noel. daí o filho dela, lá pelos 4 anos, falou um dia: mãe, acho que sei quem traz os presentes de natal, é o batman!
By Unknown, at 20 de junho de 2008 às 17:48
Olá
Que saudades do seu blog.
Eu fiquei a semana inteira sem micro :(
Quanto ao seu post, de uma maneira bem particular, eu acho que você terá um colaborador lúdico.
Pelos seus posts e pela forma como você vê o mundo, tudo é muito simples e sincero.
As conversas podem ser nosênsicas como você escreveu, mas acredito que sempre há muito lirismo na sua prática cotidiana.
Vocês são pessoas esforçadas em mostrar o mundo de uma forma mais ampla e colorida, e ao mesmo tempo simples e verdadeira.
Me lembrei agora do post do Hitler e Bopla explicando para o menino o que era o nazismo.
E quanto a festas, ah, todo mundo gosta, unas talvez mais de Natal, outros das juninas, mas enfim, tudo é uma troca.
Sempre acabamos aprendendo muito com os filhos em relação ao jeito de se ver o mundo através dos olhos deles e as nossas lembranças sejam elas, mais alegres ou tristes, também farão parte desse cotidiano que no final das contas pode ter certeza que vira mágica e encantamento aos ouvidos de quem as escutará.
Eu sempre me lembro das histórias da minha avó com muita emoção.
Nem eu sei direito o que eu escrevi, mas acho que bateu a nostalgia.
Desculpe se o texto tá desencontrado, mas é a emoção dos tempos de criança e tudo se
misturou na minha cabeça.
Beijos
Alê
By Alê, at 23 de junho de 2008 às 17:59
Sempre passo caladinha por aqui, mas hoje TENHO de falar. Minha mãe sempre foi contra o circuito papai noel- coelho da páscoa, fomos ensinadas a evitar religião e não acreditar em nenhum desses seres estranhos: eram vovô e vovó que presenteavam no natal e na páscoa, o resto é invenção. claro que isso rendeu algumas confusões (tipo a professora do pré ter de me chamar no canto pra contar que ela estava mentindo pros meus coleguinhas e que papai noel realmente não existe), mas não foi ruim nem traumático. Árvore de natal só veio depois que minha irmã pediu (ela é festeira, adora essas datas, ovelha negra da família, hahaha).
Isso não impediu que a gente crescesse com alegria e diversão, muita conversa inteligente e muitas piadas. Minha mãe era piadista nata e adorava nonsense (depois que a gente cresceu, ficou beeem amarga), meu pai é mais sério, cético, com senso de humor longe do tradicional, incentiva jogos de lógica. Minha casa sempre foi um ambiente bem diferente da média dos meus coleguinhas, mas não foi nada ruim, e me deu base pra conviver com a diversidade e ser mais multimídia que eles.
Portanto, se você está com receio do seu estilo "cético" de ser, não se preocupe. Ambientes exóticos também são ótimos para o desenvolvimento de crianças. Talvez o grande problema seja que o/a terceiro/a colaborador/a vai levar alguns aninhos até começar a participar das conversas nonsênsicas, mas isso o tempo resolve ;-)
By Anônimo, at 23 de junho de 2008 às 22:33
Cynthia, seu comentário me fez muito bem. Eu vejo muita gente achando que toda educação tem que ser convencional, que toda criança tem que ter o que as outras crianças têm, e que qualquer diferença é um tipo de crueldade porque "a criança vai sofrer". Ah, esse "a criança vai sofrer"... Eu escreveria todo um tratado sobre isso. É bom ver alguém falando positivamente de uma experiência não-convencional. Por isso, obrigada.
Eu também sempre passo calada pelo seu blog. :)
By Anônimo, at 23 de junho de 2008 às 23:19
Alê, Leila, Alexandra, obrigada também e muitos abraços embalados pela música-tema do Batman (um super-herói sem superpoder!). Estou contente hoje.
By Anônimo, at 23 de junho de 2008 às 23:25
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