nervocalm gotas

22 de abril de 2008

Como meu prédio não tem entrada de serviço, porta dos fundos, nada disso, eles criaram um sistema de recolhimento de lixo inédito e um tanto incômodo pra mim. Duas vezes por dia, às 9 da manhã e às 3 da tarde, o faxineiro passa de andar em andar tocando todas as campainhas pra recolher o lixo. Desde o início, eu fiquei constrangida. Achava melhor levar o lixo lá pra baixo eu mesma, só pra não ter que abrir a porta duas vezes por dia, às vezes dizendo "tem nada hoje não, brigada", outras dizendo "toma cá meu lixo, brigada". Com o tempo, a gente parou de abrir a porta quando não tinha lixo, e Bopla até fez um avisinho LIXO (com um saquinho fedido desenhado) pra ver se o faxineiro só tocava quando ele estivesse pendurado na maçaneta. Não deu certo, ele toca de qualquer jeito.

Enfim, não sei se é por não abrir sempre a porta, não sei por que outro motivo seria, só sei que o faxineiro aparentemente nos odeia. Odeia! Ele é todo sorrisos com as velhinhas vizinhas e fecha a carranca pra nós, responde os obrigadas delas e grunhe depois do nosso, não olha na nossa cara, sai bufando, etc. Eu fico mal. São dois problemas graves: 1) que diabo a gente fez pra deixar o cara tão puto? quem me conhece sabe que eu sou até excessivamente educada. só pra garçom de restaurante, por exemplo, eu devo falar uns 20 obrigadas por refeição. eu nunca destratei o moço na vida e Bopla, apesar de ser meio autista, também não. 2) o faxineiro tem cara de assassino retardado de filme de terror, sabe esse arquétipo? assassino retardado de filme de terror, tipo Leatherface ou membro lelé de família mutante que mora no mato à espera de outra família incauta pra atacar. eu não sou de ter medo, não, mas dá.

Que que eu faço pra gente cair nas graças do faxineiro?

12 Comments:

  • Uou! Too much information. Desenhinho de lixo pro cara advinhar...sem querer ser preconceituosa (talvez já sendo), isso necessita de um grau de decodificação que provavelmente o faxineiro não alcançou, devido a ausência de oportunidade de frequentar a escola.

    O único conselho é: separe umas roupas q Bopla não usar mais e pergunte se ele quer. Ou, qdo pedir uma pizza, dê um pedaço pra ele (ou um bolo ou qualquer outra coisa q ganhar).

    Funcionários são assim. Eles precisam se sentir úteis e, qdo vc não o deixa fazer a única coisa q ele pode fazer por vc, ele se sente constrangido. Ele precisa se sentir útil ou notado de alguma forma maior q não seja um reles "bom dia" e "obrigado".

    Mas a gde verdade é q a vida em comunidade é uma merda. Eu, por exemplo. Quero matar o proprietário do apartamento embaixo ao meu, português filha da puta, escroto com quem acabei de discutir.

    Se eu morasse no Alasca, isso aconteceria? Nããão.

    By Blogger Carrie, a Estranha, at 22 de abril de 2008 às 15:45  

  • Pra esses tipinhos no estilo "serial killer com cara de retardado", o melhor presente é uma motoserra...
    sério...te juro que ele escolherá vcs por ultimo, caso ele precise dar vazão a verve matadora dele...(mas enfim, eu sempre axei ki verve de cu é...mas o homossexualismo dele não vem ao caso)

    By Anonymous Anônimo, at 22 de abril de 2008 às 16:56  

  • Lembrei do porteiro com cara de mexicano lá da 208... meeeeedo!

    By Anonymous Anônimo, at 22 de abril de 2008 às 17:08  

  • nada. não há nada que possa ser feito.

    By Blogger la vache qui rit, at 22 de abril de 2008 às 17:11  

  • o cara leva o trabalho a sério [se acha importante fazendo o que mandam ele fazer], e tocar a campainha 2x por dia recolhendo o lixo faz parte do trabalho. Vocês desmantelaram a segurança na rotina dele, que também se sente desprezado por vocês.

    como reverter isso? pobrema. mas tentar ser simpático pra ele pode parecer zombaria. talvez ser sério e firme. sei lá. difícil isso.

    By Blogger leila, at 22 de abril de 2008 às 19:19  

  • ah, agora li esses conselhos da Carrie são ótimos. roupa, pizza.

    By Blogger leila, at 22 de abril de 2008 às 19:20  

  • Carrie, o aviso, o desenhinho, tudo foi explicado várias vezes. E pra quem achar que a birra é justamente por causa do aviso, informo que a ódia vem de antes dele. Bopla diz que já ofereceu não sei o quê, mas essa idéia das comidas é bem boa. No mais, é, vida em comunidade é uma merda.

    Rhaz, a lógica é boa, mas não sei se eu arriscaria, viu?

    Irmã, pior era o porteiro do bloco K que fazia fiufiu. Mais medo.

    Ângela, infelizmente, acho que você está certa. Não há na-da.

    Leila, mas eu fico pensando que muitos moradores não estão em casa nesses horários, que abrir a porta toda vez deve ser a exceção, e por isso ele não devia estranhar. Ai, ai.

    By Anonymous Anônimo, at 22 de abril de 2008 às 21:25  

  • Eu acho comida melhor que roupa. Eu sempre dou pizza pros meus brodinhos aqui, por isso todo mundo vem catar meus morcegos com boa vontade. :o)

    By Blogger Cam Seslaf, at 22 de abril de 2008 às 22:13  

  • ou então começa a tratar mal mesmo, ué. Quem mandou ser palhaço.

    By Anonymous Anônimo, at 23 de abril de 2008 às 06:27  

  • Olá

    Aqui em casa nós levamos o lixo até o subsolo todos os dias que é aonde fica a lixeira.

    Sinceramente, eu acho funcionário de prédio carente. Não me pergunte porque, mas é isso que acho.

    Se você abrir a porta e dizer que não tem lixo e sorrir, com certeza ele vai achar melhor que qualquer outra coisa.

    Eu sempre pergunto para as faxineiras como elas estão e elas me contam tantas histórias e saiba que muitos deles demoram até duas horas para vir ao serviço, isso sem contar os filhos que deixam em casa.

    A faxineira aqui tem quatro filhos e ela diz que a nossa atenção faz ela se sentir melhor, porque ela fica com o pensamento na casa dela.

    Acho que o fato de você não abrir a porta faz ele se sentir excluído do serviço que ele faz e com isso a solidão aumenta ainda mais.

    Meu Deus, acho que lendo Jung demais.

    Beijos

    Alê

    By Anonymous Anônimo, at 23 de abril de 2008 às 10:25  

  • Irmã, também acho que roupa pode pegar mal nesse caso.

    Alexandra, né? Eu é que não mereço esse tratamento.

    Alessandra, confesso que na passada das nove quase sempre ainda estou na cama. Mas vou pensar em abrir a porta toda vez às três. Não sei se tenho mais cara pra isso, mas vou tentar.

    By Anonymous Anônimo, at 23 de abril de 2008 às 11:29  

  • Dá comida e lembrancinha. Lembrancinha na Páscoa, no Natal, no dia do amigo. Um chocolate, uma garrafa de espumante, coisas do gênero. Sempre dei, é bom.

    By Blogger isabel alix, at 7 de maio de 2008 às 23:53  

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