Não sei, não consigo me indignar, não. Fico triste, fico que bosta, coleciono mais uma prova de que o mundo vai funcionando sempre nas coxas, mas é isso. O que se pode fazer, não no caso específico da aviação, mas no quadro geral da negligência? Eu, sinceramente, acredito que nada. Você pode ser um indivíduo que procura fazer tudo certinho e é incorruptível, na vida pessoal e profissional, seja de que tamanho elas forem. Taí uma boa contribuição. Mas juntar-se a uma porção de outros indivíduos que procuram fazer tudo certinho para gritar em praça pública "por favor, resto do mundo, façam tudo certinho!", não vai sensibilizar aqueles que não estão a fim, não vai converter ninguém. Suas energias serão melhor aplicadas na tentativa de seguir fazendo tudo certinho no seu canto.
Não temos controle, não tem remédio. É impossível um mundo onde todos se respeitem e velem uns pelos outros. E vocês não sabem quanto me custa dizer isso. Eu, que tenho toda uma reforma ética e moral prontinha na cabeça para deixar o mundo melhor, indivíduo por indivíduo. É, é pra ser ridículo. Não, não tem uma luz no final desse post.
Não temos controle, não tem remédio. É impossível um mundo onde todos se respeitem e velem uns pelos outros. E vocês não sabem quanto me custa dizer isso. Eu, que tenho toda uma reforma ética e moral prontinha na cabeça para deixar o mundo melhor, indivíduo por indivíduo. É, é pra ser ridículo. Não, não tem uma luz no final desse post.
6 Comments:
Sensatez exemplar, a tua.
Mas não há "uma porção de indivíduos q procuram fazer tudo certinho" e "gritam em praça pública por favor, resto do mundo, façam tudo certinho". Quase por definição, as pessoas q gritam em praça pública pros outros fazerem tudo certinho, gritam pq elas mesmas NÃO fazem tudo certinho, e projetam sua culpa nos outros.
A prioridade número 1 de todos é tirar o fiofó da reta pq todos sabem q basta uma escorregadela pra q o resto do mundo caia matando com suas culpas projetadas.
By Anônimo, at 20 de julho de 2007 às 11:04
É, eu sei. Achei melhor não entrar nesse mérito...
By Anônimo, at 20 de julho de 2007 às 11:07
"Suas energias serão melhor aplicadas na tentativa de seguir fazendo tudo certinho no seu canto." Tão simples e tão legal isso. É assim que penso também.
(Já cortou o cabelo?)
By Anônimo, at 21 de julho de 2007 às 03:42
É, pois é...eu penso basicamente isso. Quer dizer, acho q me indigno, mas fico nisso - o q não deixa de ser nada.
Acho q sou uma hobbesiana clássica. Mas talvez justamente por isso acredito em punição. Em alguns lugares do mundo. Só não nos comemos uns aos outros pq tem a porra da cultura - e, dentro desta, os limites.
By Carrie, a Estranha, at 23 de julho de 2007 às 21:27
Regina, ainda não cortei. Meu cabelo já passou do ombro, tá esquisito.
Carrie, eu sei que esse acidente foi diferente dos outros e tal (talvez nem tenha sido, mas, no contexto, é). Só sei que sempre fico meio nhé quando as pessoas começam a clamar por culpados e justiça. Me parece que o mundo moderno quer porque quer abolir o acaso, e eu tenho um grande apreço pelo acaso.
By Anônimo, at 24 de julho de 2007 às 10:35
Sim, eu tb. Só acho q há diferenças sobre o q fazer diante do acaso. Ainda mais se vc ocupa cargos políticos - e tb não acho q esse acidente tenha sido acaso, nem dentro nem fora do contexto. Nem entro no mérito de "acidente anunciado", mas Presidente ir tirar um tersol no dia seguinte? Será q era pra ele ver se enxerga melhor? (dãã).
Acidente de ônibus em Grenoble, na França, fez o Sarcozy despencar pra lá. Sei lá, líderes políticos cumprem funções simbólicas, tb. Dentre elas, prestar condolências às famílias - nas 24 horas seguintes e não quatro dias depois. Mesmo q isso não adiante nada. Ainda mais no contexto em q estamos vivendo. A sumida parece uma confissão. Como se tivesse algo a temer e por isso se escondesse. E as medalhas? Vai ser sem timing político assim lá na puta que o pariu.
By Carrie, a Estranha, at 28 de julho de 2007 às 16:58
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