nervocalm gotas

28 de dezembro de 2007

Peguei um filme de pseudoterror completamente derivativo, vácuo e monótono passando ontem na televisão (com legendas agabeó indaporcima). Fui dormir desanimada. Mas por causa dele, sonhei que o Anthony Bourdain era um serial killer que atraía as vítimas (eu) com seu charme, seu aplomb e sua comida nhami-nhami na mesa de um restaurante. Acordei rindo. Ou seja, de tudo que é ruim vem algo de bom. ... Nah.

26 de dezembro de 2007

I am happier even than Jane; she only smiles, I laugh.

Acho que é minha frase preferida do livro. Gostei da primeira vez, gostei da segunda, e acho uma pena ela não ter aparecido nas dez vezes em que vi a adaptação da BBC.

19 de dezembro de 2007


Sou tia agora, hein? Mais respeito.

18 de dezembro de 2007

Meus pais moram num pequeno paraíso de aparente tranqüilidade em Brasília. Quando eu era pequena, vínhamos cá só pra passar os fins de semana. O silêncio à noite chegava a ser opressivo. Só se ouvia um grilo e um sapo aqui e ali. Vinte anos depois, não se pode mais ficar lá fora olhando a lua, as estrelas e os vagalumes. É carro passando com som alto, é festa de bate-estaca noite adentro, é vizinho marginal alugando casa pra churrascadas e forrozeiras e despejando seu lixo material, auditivo e existencial bem na nossa porta quase todos os dias da semana.

O mundo

já era.

Cada vez mais me apetece o estilo Unabomber de viver.

15 de dezembro de 2007

Enchendo um frasquinho pequeno com meu xampu violeta pra trazer pra viagem, eu me lembrei de uma coisa: eu era fascinada, talvez apaixonada, pelo vidro azul do Visconde. Visconde de Sabugosa. Aquele vidro anil que falava com uma boca de gente.

Vidro azul e Bambaleão...

Tá bom, então.

Estou aqui em Brasília e vou calar um pouco a boca.

12 de dezembro de 2007

mind the gap

Britadeiras, britadeiras, britadeiras. Construções, construções, construções. Páginas e páginas e páginas de lançamentos imobiliários.

Sério, a pergunta é séria: tem como não dar em caca?

O grau de deprimência é maior agora que vi Londres.

São Paulo não tem história. Derruba-se, reconstrói-se, rebatiza-se. Ninguém respeita nada porque nada tem significado. As pessoas não se respeitam, nem mesmo se entendem, porque não têm uma cultura em comum.

Britadeiras, betoneiras e serras elétricas dia afora, funk alto, gritaria e vandalismos noite adentro.

E a feiúra de São Paulo quando chove? Único lugar do mundo, eu acho, onde a chuva é feia.

11 de dezembro de 2007

Tô falando demais.

Said Francesca, 'My lack of volition
is leading me straight to perdition;
but i haven't the strength
to go to the length
of making an act of contrition.'


(lendo Edward Gorey ontem à noite)

10 de dezembro de 2007

Ããã... acho que vou ter que aderir.

Se bem que odeio cominho mais.

Nunca me convidem prum restaurante indiano, obrigada.

encafifada *

Tem umas gentes que dizem ter medo dO Mesmo, né? Aquele O Mesmo do elevador: 'verifique se o mesmo encontra-se parado blablablá' (não ponho a frase toda porque me dói o cérebro). Então, eu não chego a temer, mas sou muito, muito intrigada com Os Puristas. Aqueles Os Puristas do Uaiss. Montes de palavras que eu busco no Uaiss vêm com o aviso 'considerado galicismo/anglicismo pelos puristas, que sugeriram em seu lugar talpalavra'. Gente, quem são Os Puristas? Dondé que eles ficam torcendo narizes e fazendo sugestões? A profissão purista não está catalogada na Classificação Brasileira de Ocupações. Será um grupo clandestino reunido nas catacumbas da casa-editora do Uaiss? Será alguma espécie de conselho de anciães? Serão indivíduos catados na rua por meio de pesquisa? "Você é purista?", "Siiim!". "Sofre de doença mental?", "Acho que nããão!". Serão entidades sobrenaturais, Os Puristas, ou gente de carne, osso, cegueira e acefalia? Quem são Os Puristas que me sugerem trocar estagiário por praticante, greve por parede, envelope por sobrecarta, secretar [secreções] por segregar, banal por frívolo e controlar por fiscalizar, superintender ou dirigir? Alguém sabe? Alguém viu?

* segundo o Uaiss: regionalismo + brasil + uso informal
ou seja, palavra non grata (ie, coisa de gentinha)
(non grata = latinismo!)
definição: nada a ver com o uso corrente


9 de dezembro de 2007

William Shakespeare

Never was a story of more woe
Than this of Juliet, and her Nervocalm.

Which work of Shakespeare was the original quote from?

Get your own quotes:



Ah, vai. Ri.

Também gostei de:

Friends, romans, countrymen, lend me your nervocalm!
O excellent! I love nervocalm better than figs.
I come not, friends, to steal away your nervocalm.

e
Brevity is the nervocalm of wit.

mais dos jornais

Depois de fazer várias matérias esclarecedoras sobre um fenômeno novo e estrangeiro que até ontem não tinha correspondente nem palavra que o exprimisse no Brasil, o bullying (perseguir, pentelhar ou dar porrada em coleguinhas), a revista da Bolha veio apresentar mais dois desses fenômenos hoje. Na matéria de turismo, birdwatchers pantaneiros. Na de comportamento, sneaker freaks paulistanos.

Que bom que há jornalistas que pesquisam e descobrem essas coisas no estrangeiro, né? Acho muito importante trazer à tona pro público brasileiro essas novidades de fora, porque introduz novos conceitos nunca dantes vistos. Eu aprendo muito. Vou ver se escrevo pra Bolha pra pedir uma matéria sobre um teen sneaker-freak bully que sai virando bowls de alpiste e ameaçando birdwatchers com seu pet. O único problema é que nada disso tem tradução, né, gente? Mas fazer o quê?

8 de dezembro de 2007

Finalmente vi o filme da ponte e, nossa, vai pra minha lista de melhores começos, hein? Eu não esperava que fosse um filme tão ensolarado. Pois é. Tchibum.

7 de dezembro de 2007

Ah, que notícia mais fofa! A Tele-fonfóóón-ica fez festinha e distribuiu brindes pros funcionários do P*ocon. Ô, que linda confraternização! Que espírito tão generoso! Que idéia mais honrada! Me inspirou a vir aqui desejar um bom natal e um próspero ano novo (dã, é claro que vai ser próspero) a essa empresa desonesta, canalha, ladra, filha-da-puta e irritante que é a Tele-fóóón-ica. Estou comovidíssima.

6 de dezembro de 2007

coisas que a gente vai aprendendo
ou baixando o nível desde 1975


Pessoas ficam muito insultadas quando você não ajoelha no altar daquilo que elas consideram nobilíssimo. Pra uns, a não-reverência é quase um pecado.

-O mundo é chão.
-Mas não...
-So sorry.


5 de dezembro de 2007

Sabe, eu traduzo um reality (cof) show aí de competição, e já traduzi e assisti outros parecidos, e simplesmente não consigo entender por que os produtores de tv americanos acham melhor e mais legal mostrar tudo dando errado. É só isso que eles têm pra oferecer: vejam o lado podre das pessoas, vejam como elas se odeiam e se sabotam, vejam bons e nobres projetos desmoronarem, vejam todos saírem enlameados dessa, e riam riam riam! Meu, me deprime. Era pra ser uma competição entre criadores. Eu quero ver as criações. Eu quero ver gente construindo coisas, não destruindo. É difícil entender.

Putz, eu rio muito no meu trabalho. Mas como ele também deprime às vezes...

4 de dezembro de 2007

Ai, me sinto mal. Li uma frase no jornal e me deu vontade de mostrar e mandar pra pessoas! Tipo: ó, pessoa, ó o que saiu no jornal. Horrível, horrível, estou virando uma tia velha e minha sobrinha ainda nem nasceu! Anfã, a frase era de um psicanalista (aaagh!), e dizia algo do tipo "o paciente tem alta quando agüenta o osso de sua própria existência sem ter que jogá-lo nos outros ou pela janela". Pronto, olha aí, tanto fiz que mostrei. *vergonha* Mas eu gostei dessa coisa do osso, viu? A vida é um osso. E tinha um pessoal no meu prédio lá em Brasília que jogava osso de tudo que é bicho pela janela, e meus cachorros pegavam, era um custo pra tirar da boca deles, e eu espumava de ódio. Gentinha! Gentinha! Jamais comerão frango novamente! - e fazia o gesto da Scarlet O'Hara em direção à janela. Anfã, parece comédia, e é: a existência é um osso. Eu carrego o meu, e há muito não jogo em ninguém, nem cobro ninguém, nem acho que ninguém está por aí querendo me derrubar. Acho então que não preciso de terapia, posso só insistir no papagaio, grilo falante, atendente de SAC, leitor de blog, pra exercitar minhas cordas vocais de vez em quando e ouvir uma vozinha do outro lado. Já está de bom tamanho.

Quanto à frase, não mostrei pessoalmente a pessoa nenhuma. Elas vão descobrir na sua hora, eu espero. Só tem umas que, de longe, e até mesmo sem conhecer, me dá vontade de pegar pela mão e sentar bonitinha num divã. Ó, pessoa, ó.

3 de dezembro de 2007

Eu sonho com bisões. Não sei o que eles estão fazendo no meu imaginário. Só sei que eu sonho com bisões, que correm atrás de mim querendo me pegar, e eu fujo deles, lógico, apesar de Bopla já ter dito que eu preciso parar no sonho e perguntar o que eles querem. Mas eu ainda não aprendi a controlar meus sonhos, Bopla, e continuo fugindo. Mas por que bisões? Por quê?