nervocalm gotas

30 de novembro de 2007

Please, the 38, Sigdon Road, look left, look right, Oyster top-up, eastbound platform x, westbound platform y, eat in or take out?, white chocolate cranberry, Spamalot, mind your head, thank you. Só lembrando. :)

trilha sonora: musiquinha da abertura de Broken Flowers sem-pa-rar.

pausa para gritar

Foda-se o esporte! Exploda-se o esporte! Eliminem o esporte do mundo, pelo amor de mim! Eu odeio esporte! Eu odeio traduzir programas que tenham esporte! Principalmente esporte americano! Aaaaaaaaaaaargh! Toda vez eu sofro, eu choro, eu me esgoelo, me descabelo, eu reclamo, mas eu pesquiso e eu sento e eu entendo, e na próxima... eu NUNCA retenho as informações. Minha cabeça é refratária ao esporte! Porra de esporte da ^%$*@%cocô&@#&raio%&@^caveirinha&$%*@&%! Puá!

Né? Tem coisa que dá muita preguiça. Não, nem vou explicar.

28 de novembro de 2007

Sweet Bitterman Blewitt, como pode uma pessoa tão repulsiva cantar daquele jeito, e naquele estilo, e tudo tão certo? "Se cuida, minha filha," dá vontade de falar.

26 de novembro de 2007

Estou me sentindo bem sozinha, pobrezinha, em termos de termos alguém que entenda exatamente do que estou falando e por quê; de alguém que acompanhe meu raciocínio, concorde com ele, complemente com um punch line extremamente a propósito e ria comigo na mesma intensidade e pelos mesmos tantos segundos no final. É muito pedir isso da vida? Compro um papagaio?

24 de novembro de 2007

My nose, my enemy. Teledrama sobre a minha vida.

22 de novembro de 2007

Oito e meia, levanto uma bigorna do travesseiro. Nove e meia, tento começar a pensar em pensar em trabalhar. Dez e meia, à manivela. Onze e meia, não me concentro. Meio-dia, bate a angústia. Duas horas, desce um Sonhare. Três horas, parto pra outra. Quatro e meia, meu cérebro bóia. Cinco às sete, com calafrios. Tempo todo, a sede não passa. Quase dez, tristeza do nada. Pro computador, a ver se me inspiro.

Será diabetes? Só isso me preocupa.

21 de novembro de 2007

grandes embates cinematográficos
entre filmes gêmeos


Crumb x American Splendor

Crumb (do que me lembro de dez anos atrás) 5
Splendor (do que me lembro de ontem à noite) 2

It may come as a surprise to... even myself, but i really like Robert Crumb.
E há muito quero, desde que tive uma experiência extracorpórea com ele quando eu trabalhava na livraria.


20 de novembro de 2007

Pessoas que estão vindo lá do Ass:

Aquele comentário não é meu, evidentemente, nem de ninguém que eu conheça. Aqui vocês não vão encontrar nada do seu interesse, ok? Não me meto em vespeiro, obrigada.

ps. ô meu saquinho...

19 de novembro de 2007

Voltei do outono inglês repetindo que as árvores que aqui folheiam não folheiam como lá, e toda cheia de ooohs e aaahs. Mas eis que vou passar o fim de semana em Brasília e me deparo com aquele mar vermelho, laranja e amarelo dos ipês e flamboyants, e em pleno cerradão que eu tanto maldisse, me farto de comer framboesas bem no quintal dos meus pais!

Tem uma lição aí, em algum lugar.

16 de novembro de 2007

Birra, implicância extrema com a gastronomia molecular. Eu quero mais é que esse Ferran vá... não, não farei esse trocadilho barato. Só sei que abro o guia da Solha e tá o Josimelo me recomendando uma ida ao restaurante Mimi pra provar um ovo cozido a baixa temperatura durante duas horas e meia servido com espuma, lógico, de pupunha. Now really. Pensei que estivesse lendo um esquete de humor. Um ovo cozido durante duas horas e meia? Isso é mesmo necessário? Um ovo é um ovo. É um ovo. Cê tem duas horas e meia pra gastar na cozinha? Me faz uma caçarola! Me mete um pernil no forno! Pega essa pupunha inteira e assa, pelo amor da santa! Faz uma coisa sólida e suculenta! Que cozinha não é lugar pra se achar a fórmula da fusão fria, e pra borrifos no ar já existem as perfumarias, obrigada.

14 de novembro de 2007

tortura mental

Alguém me explica por que já tem dois meses que a seguinte música - que eu não sei de onde veio nem de quem é - pipoca o tempo inteiro na minha cabeça?

a sabiá sabia já / a lua só olhô pru sol / a chuva abençu-ôo /
ele tomou um banho diágua fresca / no lindo lago do amô-ô /
maravilhosamente clara a água / do lindo lago do amô


É um mistério pra mim. Eu quero dormir, ela aparece. Vou cozinhar, ela aparece. No meio da Inglaterra, ela aparece. É uma das músicas mais medonhas que eu nem sei onde ouvi em toda a minha vida.

Estou com uma coceira estranha. Acho que é ela.

13 de novembro de 2007

Me dei conta. A falta de pôr-pé-pra-fora já é uma dificuldade. Agora que estou sem televisão (i.e. fonte de assuntos ridículos com alto potencial nonsênsico e/ou indignativo) e pensando também em cancelar o jornal (muita propaganda irritante e talicoisa), do que é que eu vou tratar, ã? Assim que as memórias da viagem arrefecerem, vou ter que fechar a casa.

-E mudar de vida, não vai?
-Duvido.


8 de novembro de 2007

coisas curiosas

Na Inglaterra, tudo que é produto vem com o aviso doesn't contain nuts ou may contain traces of nuts, até os saquinhos de nozes. Fontes fidedignas relataram que nem se pode levar bolo caseiro pra festa de criança em escola. Tem que ser bolo de supermercado, pra que venha o aviso estampado. No Brasil, não se vê esse aviso em lugar nenhum, mas tudo que é produto vem com o selo contém glúten ou não contém glúten, até embalagem de abacaxi fatiado. Vocês não acham isso interessante? Não? Nhé.

Só fico me perguntando se a letalidade dos bodes é assim tão procedente se dois países distintos são pura paranóia em relação a um enquanto ignoram o outro alegremente a cantar.

6 de novembro de 2007



Saudade dos mercados e supermercados. Depois que voltei, comprar queijo virou um desgosto, comprar iogurte virou uma lástima. Até o mild cheddar genérico que eu provei lá dá de dez no prato borrachudo e sem gosto que ora se encontra na minha geladeira. Iogurte, aqui, só existe em sabor balinha. Não sei pra quê tanto açúcar. E quando os ingleses não ganham de nós em variedade e qualidade, eles ganham no preço. Posso até comprar queijo bom aqui, mas vai ser caro. Meu amado iogurte da ovelha? Quatro legais o potinho. Mesmo com a libra valendo quase quatro vezes mais que o real, comprar coisa boa sai mais barato lá. Os chocólatras, então, ficariam ensandecidos. É chocolate suíço e belga que não acaba, 75%, 85% cacau, em qualquer supermercado, por uma, duas libras.

Eu queria escrever trocentas coisas sobre comida, mas e a preguiça? Já tem um bost semidigerido nos drafts, mas tá muito complexo. Então só vim dizer que estou com saudade dos mercados e supermercados, de onde saíram a maioria das nossas refeições lá na Inglaterra anyways. Cheddar, maçãs, sementes e castanhas foram meus melhores amigos. Me senti muito silvestre quando estávamos na estrada.

Esse aí da foto é o Borough Street Market. Ô, foi um dos melhores dias que eu passei em Londres... Enquanto Bopla voltava à casa pra buscar os ingressos de Love's Labour's Lost que tinha deixado pra trás, eu percorri o bicho sozinha, provando queijos, azeites, azeitonas, pastinhas, pães e geléias, me emocionando com os tomates, suspirando pelas abóboras da estação, achando tudo lindo e rústico e romântico. Infelizmente, a bateria da câmera resolveu acabar depois da terceira foto, a chata. Mas aí eu comprei um desses potinhos de crème caramel pra me consolar e fui andando pelo southbank até o Globe Theatre pra me encontrar com Bopla. E foi, enfim, just beautiful.

4 de novembro de 2007

cai um clichê ou
pequena observação que a ninguém interessa ou
obrigada ao cosmos


Nesses cinco dias de volta a São Paulo já choveu dez vezes mais do que em trinta de Inglaterra ("não vá em outubro, é um péssimo mês", "nem adianta levar tênis", "guarda-chuva é indispensável", "ir pra Londres é tomar chuva").

Estou vendo que é aqui que vou ter que implementar minha super-rede de aluguel de galochas. Vou precisar de outra idéia empreendedora se eu quiser viver lá.

ps:
- Você trouxe um par de wellies bem fofinho?
- Ãããã...não. (tapa na testa)


3 de novembro de 2007

das fotas

São Paulo, ida, free-shop
Ai, tudo isso por uma câmera? Tem certeza, Bopla? Por mim,
eu nem comprava.


Lisboa, primeira parada, durante 3 dias
Ai, pára! Chega dessa coisa de "fica ali"! Não quero posar. Fotografa a paisagem, que é melhor.

Londres, primeira semana em
Não quero sair na fooooto! Eu fico muito feeeeia! Essas fotos só servem pra mostrar como eu sou sem-graça e mortinha! E muito feeeeia!

Pé na estrada, o começo
Ai, Bopla, você perde tanto tempo ajustando essa máquina e enquadrando as coisas... Vê com os olhos, ó! Guarda nos olhos! Mas tira uma foto disso aqui, por favor? Me empresta a câmera.

Pé na estrada, aos pouquinhos
Olha aquilo! Tira uma foto! Bopla, tira uma foto minha provando iogurte de ruibarbo pra mandar pras minhas irmãs? Bopla, fica ali assim pra eu tirar uma foto sua?

Londres e passeios finais
Vamos tirar uma foto assim? Legal, tira mais uma.

São Paulo, volta
Putz, não acredito que não fotografei xis. Ai que raiva de não ter fotografado zê. Droga, eu devia ter fotografado tudo!

2 de novembro de 2007



poucas, mas boas, compras
(sobre chão sujo)


Dá pra ler que são os Cautionary Verses do Hilaire Belloc acompanhados de shortbread cookies escoceses que 'melt in your mouth'? 33% manteiga. Sigh.

1 de novembro de 2007

choque cultural

Depois de um mês ouvindo frases impagáveis e tendo (acompanhando, vá lá) conversas extraordinárias com gente britânica, eu chego no Brasil e topo de cara com essa:

- E aí, patroa, vai querer táxi agora? A mulhé levou sua mala por engano, é? Iiiiixe Maria, que coisa! Inda bem que deu pra alcançar, hein? Magina só, patrão! Cês chega em casa, ela abre a mala, é só calcinha da mulhé! "Que calcinha é essa?" Quá quá quá quá quá! Aquele bando de roupa estranha de mulhé, ô loco! Ela vai achar que é da amante! QUÁ QUÁ QUÁ QUÁ QUÁ QUÁ QUÁ! Sai de baixo! É fim de casamento na certa! Quá quá quá quá quá!

- ...

- Cê viu só, patrão? Vamo sediar a copa. Ô, beleza! Tô doidiiinho! Vai ser bom demaaaaaaaaaaaais!